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Voluntário português despede-se de Humaitá

Há quase um mês em Humaitá, Antonio Santos, doutor em Química e Física deu sua contribuição à Comunidade Educativa do Centro do Menor como voluntário. Vindo de Portugal, Antonio pôde constatar e vivenciar a realidade no sul do Amazonas e participar de atividades no Beiradão. Para sabermos suas impressões conversamos com ele num breve bate-papo.


1.APRESENTE-SE


O meu nome é Antônio Francisco Moreira dos Santos, nasci em Lisboa, Portugal há 34 anos. Fiz a faculdade de engenharia por lá e fui fazer o Doutorado nos Estados Unidos. Ao obter esse grau, voltei a Portugal onde tenho uma bolsa de investigador científico na Universidade de Aveiro, uma cidade bem menor que Lisboa, mas também perto do mar, o que me dá sempre muita tranqüilidade.



2.QUAIS OS ELEMENTOS IMPULSIONARAM PARA VINDA SUA A AMAZÔNIA?



Eu desde sempre tenho uma forte vontade de viajar e, graças a Deus, a vida tem-me proporcionado possibilidade de fazê-lo a vários lugares. Há alguns anos que senti que esta sede de viajar e de conhecer devia ultrapassar o simples percurso geográfico e estender-se a realmente, ir ao encontro dos outros e de sua cultura, de uma forma mais profunda, que só se consegue passando mais tempo no mesmo lugar. Além disso, comecei também a sentir uma dívida por todas essas pessoas que me foram recebendo e dando tanto, na sua simplicidade. Era altura de tentar integrar um elemento de doação própria nesta parte da minha vida.



3.QUAL ERA A EXPECTATIVA NA VINDA PARA HUMAITÁ?



Grande parte da preparação foi exatamente sobre isso: quanto menos expectativas, menor o choque e melhor a experiência. Claro que há sempre expectativas, o ser útil, o “compreender” as pessoas, a sociedade, a cultura. Vindo para a Amazônia, o contato próximo com a natureza, com os povos indígenas e com os ribeirinhos é também um sonho que se tem ao partir.



4.COMO FOI A EXPERIÊNCIA NA CIDADE COM OS SALESIANOS E COM OS MENINOS?



A experiência resumiu-se mais à vida no Centro do Menor e em casa (residência Salesiana). Humaitá é uma cidade pequena e trabalhar com jovens das 7h da manhã até às 8h da noite não deixa muito tempo para vida de cidade, mas às margens do Madeira, no caminho para casa, foi sempre uma vista que me revigorava. Com os meninos foi uma experiência muito frutífera. Como todos os jovens, também estes têm já os seus grupos e os seus códigos. É normal que um elemento estranho tome sempre tempo para integrar-se. Foi muito bonita para mim esta amizade que surgiu da familiaridade, dos jogos, das conversas (apesar do meu sotaque) ao longo do tempo. Posso dizer que a experiência soube a pouco porque, de alguma forma, agora ao fim de um mês, é que sinto que as coisas estão a “arrancar” com mais jovens. Mesmo assim posso dizer que já deixo amigos em Humaitá que não vou esquecer. Quanto à vida com os Salesianos, esse era uma carisma que eu não conhecia bem mas que ganhei muita admiração. Não só faz sentido para mim, que esta presença constante no meio dos jovens só pode trazer bons frutos, mas também os Salesianos com quem vivi, em especial Padre Alberto e os colaboradores que contribuem todos os dias para que este apoio seja eficaz foram exemplos de dedicação difíceis de encontrar na sociedade.



5.EM QUE ESSA EXPERIÊNCIA CONTRIBUIU PARA SUA VIDA ?



As experiências da vida são, um pouco, como um saco de sementes sem rótulo, só depois de algum tempo de plantadas sabemos bem que frutos vão surgir. Seria precipitado saber desde já tudo o que na minha vida mudou este mês. Viver com gente tão dedicada, e ver o que isso pode gerar, num ambiente sem muitos recursos, deu-me muita esperança para trabalhar para os outros. O Centro do Menor demorou 25 anos a chegar até onde eu o vi. Mudar alguma coisa no mundo e na mentalidade das pessoas nunca vai ser uma tarefa rápida, mas aqui aprendi que com dedicação e otimismo é uma tarefa possível.



6.QUAL MENSAGEM DEIXA AOS JOVENS DO CENTRO DO MENOR?



A mensagem é simples: quando ser alternativo é moda, sejam alternativos: se muitos deixam a escola, perseverem, se muitos tiram o que não devem, dêem o que é vosso. Se muitos fogem da responsabilidade, peçam-na. Se muitos querem instruções sejam criativos. Tenho a certeza que basta alguns dos jovens do Centro escolher um caminho realmente “alternativo” para Humaitá ser muito diferente na minha próxima visita.



7.QUAL A GRANDE LIÇÃO QUE VOCÊ LEVA?



A grande lição é que como sempre, as grandes obras dependem muito mais das pessoas do que dos recursos. Mais do que recursos excepcionais são necessárias pessoas excepcionais. Agora cabe a mim (como a outros) trabalhar para isso.



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