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“Uma vida não basta ser vivida: precisa ser Sonhada.”                

No último dia 30 de outubro, celebramos o 30º aniversário do assassinato de Santo Dias da Silva, operário cristão católico membro das Comunidades Eclesiais de Base e do Movimento Operário Católico, hoje Pastoral Operária.

Católico, desde a adolescência participava das atividades religiosas em sua terra natal, entre elas a Legião de Maria. A movimentação social da década de 1960 influenciou sua atitude e de muitos outros trabalhadores rurais. Entre 60 e 61, junto com outros empregados da Fazenda Guanabara, participou de um movimento por melhores condições de trabalho e salário. Por isso, sua família foi expulsa da colônia em que morava, e teve de morar na cidade, numa casa alugada. Neste período, Santo Dias passa a trabalhar como metalúrgico e a desenvolver uma significativa liderança no sindicato.

No ano de 1979 iniciam-se uma série de paralisações nas fábricas paulistas por conta de uma jornada justa e conseqüentemente um salário digno. No primeiro dia da paralisação, 28 de outubro, as subsedes do Sindicato, abertas para abrigar os comandos de greve, foram invadidas pela Polícia Militar, que prendeu mais de 130 pessoas. Sem o apoio do sindicato e com a intensa repressão policial sobre sua ação, os metalúrgicos passaram a se reunir na Capela do Socorro, sendo a Zona Sul a região de maior concentração da categoria. No dia 30, Santo Dias, como parte do comando de greve, saiu da Capela do Socorro, para engrossar um piquete na frente da fábrica Sylvânia e discutir com os operários que entravam no turno das 14h00.

Viaturas da PM chegam e Santo Dias tenta dialogar com os policiais para libertar companheiros presos. A polícia agiu violentamente e um soldado PM atirou em Santo Dias pelas costas. Ele foi levado pelos policiais para o Pronto Socorro de Santo Amaro, mas já estava morto. O corpo de Santo Dias só não “desapareceu” por conta da coragem de Ana Maria, sua esposa. Ela entrou no carro que transportava seu corpo para o Instituto Médico Legal , apesar de abalada emocionalmente e pressionada pelos policiais a descer, não cedeu.

Divulgada a notícia de sua morte pelos vários meios de comunicação, seu corpo seguiu para o velório na Igreja da Consolação. No dia 31 de outubro, 30 mil pessoas saíram às ruas da Capital para acompanhar o enterro e protestar contra a morte do líder operário, pelo livre direito de associação sindical e de greve e contra a ditadura.

Mesmo após sua morte os trabalhadores continuaram firmes “em sua luta” motivados por seus sonhos e pelo exemplo do companheiro que tombara acreditando num mundo verdadeiramente justo.

Fiquemos então com o exemplo deste autêntico cristão que tão bem conheceu os problemas das pessoas pobres e que trabalham diariamente derramando o suor de seu rosto para viverem com o mínimo de dignidade possível “num país em que poucos tem muito e muitos tem o mínimo para dizer que sobrevivem”

SANTO DIAS, VIVE!!!

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