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UMA DISCOTECA DIFERENTE

Manicoré/AM – Aproveitando a data simbólica da comemoração do Dia Nacional da Juventude estreou-se no salão de Festas da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Manicoré, um novo espaço de convivência juvenil: a “Cristoteca” – uma iniciativa de lazer saudável e seguro a serviço da Juventude Manicoreense. Nesta entrevista o pároco nos fala dessa proposta.

1. Pe. Bira, antes de mais, por quê o nome “Cristoteca”?

A palavra “cristoteca” não é um termo criado por mim; nem me preocupa a sua etimologia (cristo + coleção) que não faria sentido, por isso, esse termo já foi criticado por aí afora. Mas não só de etmologia (origem das palavras) vive a linguagem humana. O termo “cristoteca” numa perspectiva pastoral, quer dizer um espaço musical juvenil com características bem específicas aberto aos jovens para a alegre e sadia diversão deles. A palavra “Cristo” faz alusão à fé animadora do lazer equilibrado, sem violência, sem substâncias entorpecentes… É uma forma de dizer aos jovens de Manicoré que é possível ter fé e sermos capazes de nos divertirmos sadiamente, equilibradamente e com bom senso. Já que aqui existem “enferninhos musicais” onde de tudo acontece, por que não articulamos uma proposta diferente? 

2. Como surgiu a ideia de criar este espaço?

Há tempo tenho manifestado na nossa comunidade salesiana, no Conselho Pastoral Paroquial, em grupos e publicamente, minha grande preocupação com real situação da juventude de Manicoré. Um dos aspectos mais delicados provocador dos corações e das mentes juvenis é o lazer. Olhando criticamente os efeitos, parece que o lazer juvenil na cidade de Manicoré se resume em: prática de relações sexuais livres (por isso, após nove meses, dizem que nascem “os filhos do carnaval” (carnaval), “os filhos do forró” (festas juninas), “os filhos da melancia” (por causa da festa da melancia em outubro); promoção de espetáculos pornográficos com orgias sexuais envolvendo jovens e adolescentes; drogadição: espaço para consumo e venda de bebidas alcóolicas, maconha, cocaína, crack; violência tantas vezes gerando mortes causadas por acerto de contas… E por aí vai… Essa realidade tem assustado muitos pais que não sossegam quando seus filhos, sobretudo nos finais de semana, estão fora de casa. A idéia surgiu da contemplação dessa realidade delicada, onde mercado do lazer, não oferece coisa boa, séria, segura, educativa e sadia. Por isso a nossa ideia é uma alternativa e em sintonia com os autênticos desejo dos jovens.

3. A Cristoteca foi apenas um evento pontual ou pretende abrir regularmente?

Na verdade ela faz parte de um projeto bem mais ousado que denominamos “centro de convivência juvenil” e deverá ser permanente. Nesse centro (que é o salão de festas da paróquia) estão previstas outras atividades recreativas abertas para a participação cotidiana de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Cada grupo, organizadamente, usaria esse espaço num determinado momento do dia ou da noite como centro de recreação com atividades como: músicas, jogos de mesa, bilhar, pebolim etc. Isso é o oratório salesiano! Nos finais de semana deveria estar aberto para o público jovem, sobretudo à noite, como discoteca diferente.

4. O que os jovens podem encontrar lá?

Antes de tudo, um lugar onde podem estar despreocupadamente, sem medo, sem aliciamento, com segurança; podem encontrar os amigos para conversarem tranquilamente e sem ameaças; podem encontrar educadores e pessoas de respeito que lhes asseguram a pureza ecológica e moral do ambiente, ou seja, que zelarão pelo não consumo de drogas e nem violência; encontrarão um ambiente físico que educa, em que as paredes falam e as músicas estimulam ao bem; enfim, lá eles encontrarão um clima de festiva amizade, pessoas e conteúdos diferentes que não encontrarão nos demais centros de lazer da cidade. A “cristoteca” não é um ambiente puritano, ou seja, para os bonzinhos… é simplesmente um espaço de lazer para quem acredita que vale apena se divertir com liberdade e responsabilidade, zelando pela saúde pessoal e respeito pelos outros. Isso é cidadania!

5. Na sua avaliação, como foi a estréia?

A estréia dessa iniciativa aconteceu no dia 25 de outubro do corrente, dia Nacional da Juventude. Queríamos, com os jovens, aproveitar essa oportunidade para fazer algo diferente e deu certo. A idéia, que já era de conhecimento dos jovens que participaram da Gincana, foi muito bem acolhida e aplaudida. Quanto à estréia, na minha opinião foi muito boa: tivemos um significativo número de jovens dançantes e curiosos; pais, crianças, adultos, idosos e religiosos se divertindo… juntos! O que aconteceu foi um pequeno “flash” daquilo que sonhamos. Mas também tivemos algumas limitações técnicas inevitáveis como: necessidade de um melhor sistema de som; devemos melhorar na seleção das músicas; faltou organização de produtos para venda (lanches, água, pipoca, churrasquinho…) coisa que sempre tem nas proximidades de uma festa. Mas quem foi, gostou! Quanto à diferença, ela foi logo percebida… Por exemplo, lembro que um grupo de jovens adultos que, certa hora, entrou tomando cerveja, tentou ficar, mas percebeu que o ambiente não era para eles e seguiram adiante… conversei com eles e saíram. Serão todos bem-vindos, mas sem bebidas alcóolicas, sem drogas, sem violência… deveremos zelar por isso.

6. Qual foi a reação dos jovens a este espaço diferente?

Alguns pelo fato de já estarem bem inseridos na paróquia participando de grupos e outras atividades, logo entraram no salão dançando sentindo-se em casa. Outros, aos poucos, foram estimulados e fizeram o mesmo. Muitos que ainda não sabiam o que estava acontecendo, ficaram de fora olhando e a até admirando o padre e religiosas dançando no meio deles. Foi um impacto positivo, curioso, diferente… Eles não estão acostumado com isso, essa experiência vai crescer, vai ser legal e os jovens estão sendo corresponsabilizados… Muita gente manifestou-nos parabéns.

7. Existem já outras ideias para potenciar o espaço?

Sim, várias… mas não sei quando. Sonhamos, mas somos freados na questão financeira. Todavia queremos aos poucos encontrar parceiros, pois isso vale a pena. A idéia desse espaço de lazer diferente traz consigo uma proposta de convidar os jovens a perceberem e acolherem o verdadeiro sentido do lazer como tempo a ser usado com sabedoria em benefício pessoal, da própria saúde e respeitando os outros. Com propostas ousadas, novas, atraentes e seguras, eles sentirão que esse é o rumo certo e passarão a criticar as outras propostas da cidade, onde, quase sempre o exagero é a medida.

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