Para Bento XVI, a busca da beleza alheia à busca humana da verdade, se transforma em puro esteticismo.
“A necessidade e a urgência de um diálogo renovado entre estética e ética, entre beleza, verdade e bondade, nos leva não somente ao debate cultural e artístico atual, como também à realidade cotidiana”, disse o papa Bento XVI na mensagem enviada ao presidente do Pontifício Conselho da Cultura, arcebispo Gianfranco Ravasi, por ocasião da sessão pública anual das Academias Pontifícias, que este ano aborda o tema “Universidade da beleza: estética e ética confrontadas”.
Segundo Bento XVI, “nos diversos âmbitos brota, dramaticamente, a separação e, às vezes, o contraste entre as duas dimensões: a da busca da beleza, reduzida à forma exterior, à aparência a todo custo, e a da busca da verdade e da bondade das ações efetuadas com um fim determinado”.
“Uma busca da beleza alheia à busca humana da verdade e da bondade se transformaria em puro esteticismo e, sobretudo, para os mais jovens, em um itinerário que os levaria ao efêmero, à aparência, ou inclusive a uma fuga a paraísos artificiais que escondem o vazio e a inconsistência interior”, afirmou o papa.
Para Bento XVI, “há uma necessidade de uma ampliação dos horizontes da razão, para compreender a estreita conexão entre a busca da beleza e a busca da verdade e da bondade”.
O pontífice concluiu sua mensagem fazendo um chamado aos acadêmicos e artistas, lembrando-os da “missão de suscitar maravilha e desejo do belo, de formar a sensibilidade e alimentar a paixão por tudo o que é expressão autêntica do gênio humano e reflexo da beleza divina”.