Reitor-Mor discursa para os Salesianos Cooperadores.

A primeira sessão de trabalhos do 4º Congresso Mundial dos Salesianos Cooperadores foi caracterizada pela “lectio magistralis” do Pe. Chávez, Reitor-Mor dos Salesianos e diretor da Associação. Seu discurso – O Projeto de Vida Apostólica: caminho de fidelidade ao carisma de Dom Bosco – remetendo à inspiração original de Dom Bosco e considerando as tão variadas realidades social, cultural e eclesial, traçou o perfil e a missão do salesiano cooperador.

“Estamos vivendo um momento histórico“, um momento de busca e de novas definições também para os Salesianos Cooperadores (SSCC), porque este congresso “se situa em uma fase histórica muito delicada, causada pela profunda crise – cultural, social, econômica, política, científico/tecnológica, midiática e religiosa – que atinge toda a humanidade“.

Introduzindo brevemente o caminho que levou Dom Bosco a amadurecer a identidade do Cooperador, o Reitor-Mor citou o artigo 3 do Projeto de Vida Apostólica (PVA), em que estão contidas as intenções primeiras “segundo as quais o cooperador é um verdadeiro salesiano no mundo, ou seja, um cristão, leigo ou padre que seja que, sem vínculos com os votos religiosos, cumpre sua vocação à santidade a serviço da missão juvenil e popular no espírito de Dom Bosco. A identidade do Cooperador apresenta três características: ele é cristão católico, é secular e é salesiano“.

O PVA – que oferece uma leitura salesiana do Evangelho – tem três objetivos: garantir a identidade da Associação através de uma fidelidade dinâmica; fortalecer a unidade de seus membros em sua diversidade e promover a sua vitalidade, “tendo em conta que, por trás de cada vocação existe sempre uma missão a ser cumprida em nome da Igreja e para o benefício do homem, portanto o crescimento pessoal e o desenvolvimento da Associação tornam-se importantes critérios de autenticidade e de verificação.”

O documento, que deverá ser definitivamente aprovado pelos cerca de 250 delegados reunidos em Roma, contém estímulos provenientes da sociedade e da Igreja, ganhando com isso uma riqueza antropológica, teológica, eclesial e salesiana. “O novo PVA não quis outra coisa senão […] melhor garantir a identidade secular da Associação, em um momento histórico em que a vocação e a missão do cristão leigo vêm sendo cada vez mais reconhecidas e consideradas indispensáveis“. “Aquilo que eu pessoalmente mais desejo, é ver grupos de leigos, começando pelos salesianos, cooperadores, formando-se e agindo como um verdadei

ro movimento, animados por uma grande convicção, dedicação e compromisso, social e político“.O texto do PVA, sempre aberto para melhorias, encontra sua perfeição na aplicação à vida e no testemunho de cada SSCC.

Os SSCC são “pessoas dedicadas ao bem comum, que operam em âmbito político, social e humanitário prestando uma especial atenção aos pobres, excluídos, doentes, marginalizados de todos os tipos, ou seja, qualquer situação que exija um coração aberto. Eles comprometem-se em dar vitalidade à Igreja atuando nos projetos da Associação em diferentes níveis com uma verdadeira atitude de serviço. Fortalecidos por uma espiritualidade laica, eles se tornam educadores santos que sabem formar pessoas para a vida evangélica e para os sacramentos”. Um SSCC é capaz de responder às novas condições históricas na intuição de Dom Bosco, “principalmente na prevenção, quebrando o círculo vicioso que perpetua as constantes violações dos direitos fundamentais e da dignidade humana, especialmente dos jovens“.Pe. Chávez levou os SSCC a “uma reafirmação atualizada” da escolha sócio-político-educacional “de Dom Bosco“, que não se traduz em um ativismo ideológico, mas na formação de uma sensibilidade social e política que leva a “investir a própria vida para o bem da comunidade social, envolvendo a vida como missão, com referência constante para os inalienáveis valores humanos e cristãos“. Um convite aos SSCC a “apoiar projetos e ações de desenvolvimento nos países pobres por meio de estratégias capazes de incidir nas políticas públicas e promover a sensibilização, a  informação e a formação“.

Pe. Sinval Marques Pereira,sdb.

Delegado Inspetorial para a Família Salesiana.