Política e Religião (2)
As eleições e constituem numa ocasião especial para avaliarmos as situações desafiantes do país e do nosso Estado. Um candidato honesto deveria assumir estes desafios. A CNBB, na cartilha para as eleições de 2006, coloca em evidencias esses desafios:
1. As desigualdades sociais gritantes devido à opção por um estilo de política neoliberal excludente;
2. A globalização financeira insiste na absolutização do poder do capital, por conseguinte o Estado perde o controlo sobre o mesmo, fortalecendo ainda mais as injustiças sociais;
3. O processo de privatização levou o Brasil a perder o patrimônio publico para empresas e grupos financeiros, cujo poder econômico se coloca acima das necessidades do povo mais pobre; daí a precária situação das periferias com a falta de saneamento, água, transporte, etc;
4. O trabalho ganhou algumas vantagens com este novo governo petista, mas a ameaça de desemprego é constante porque as leis mudam rapidamente e o conhecimento tecnológico exige cada vez mais qualificações que a maioria do povo não tem acesso, principalmente os jovens;
5. O Estado está devendo a reforma agrária, políticas agrícolas e hídricas. Por outro lado crescem os movimentos que lutam por estas reformas usando, inclusive, da força ameaçando a democracia;
6. O poder da mídia é imenso fazendo com que o povo pense segundo os modelos em jogo. A informação muitas vezes está divorciada de uma ética preocupada com a verdade;
7. A corrupção é a doença do momento que balançou o palácio do Planalto e o nosso governo local. Foi uma verdadeira implosão do projeto político do PT a partir das CPMIs. O dinheiro público desaparece nos mensalões, cuecões, obras super faturadas e outras formas de desvios organizados por quadrilhas de gravata e paletó;
8. Cresce a fome, as doenças endêmicas, os abismos que separam os ricos dos excluídos, a depredação do meio ambiente, a intolerância étnica e as disputas religiosas entre as igrejas pentecostais numa cruzada contra o catolicismo;
Um candidato(a) decente que busque o bem comum não pode desconhecer esses e outros desafios. É preciso investir em candidatos que estejam envolvidos nas questões básicas da vida do povo e não em abutres que só querem consumir e enriquecer.