Pe. José Ronaipe – Notícias

Estou em Brasília, na comunidade da Cisbrasil, após ter concluído os
estudos de mestrado em Boston. Mais uma vez agradeço pelo suporte que
recebi da Inspetoria durante essa jornada. Sinto-me feliz e agradecido por
tudo que pude experienciar e pelo crescimento que tal vivência me
proporcionou.

Nos últimos dias em que estive em Boston, fui visitar uma escola dos
jesuítas na cidade de Worcester, na qual trabalham alguns colegas de
mestrado, inclusive o diretor da escola. A escola se chama “Nativity
school”, conta com 150 alunos que atendem do 5º ao 8º ano (nosso
fundamental II) e faz parte de um grupo ou rede de escolas que seguem o
mesmo modelo, sempre ligada aos jesuítas. As salas têm entre 15 e 18
alunos apenas. Todos constituem a primeira geração de famílias imigrantes
a nascerem nos Estados Unidos, sendo a maioria pobres. Os três colegas de
curso aos quais me refiro são leigos.

Ao encontrar com o diretor, fui apresentado a outas pessoas que trabalham
na escola. Em seguida ele me perguntou se preferia que ele mesmo me
mostrasse a escola ou se em vez disso gostaria de fazer um tour guiado por
dois alunos. Escolhi a segunda opção.

Podemos imaginar as inúmeras vantagens que surgem do fato de se ter um
grupo menor de alunos, desde o fato de favorecer o aprendizado, o
acompanhamento personalizado, até um maior e melhor relacionamento com a
família. Sendo a escola pequena, o próprio ambiente físico colabora para
que se crie uma sensação de se estar num ambiente familiar. No projeto da
escola, os alunos continuam sendo acompanhados até o momento em que se
formam no ensino superior. Muitos deles retornam como professores
voluntários, uma forma de reconhecimento e retribuição pelo que receberam.
Entretanto, o que mais me chamou a atenção, foi o fato que ao longo do
tour com os dois alunos, fui sendo apresentado aos símbolos, imagens e
sinais que comunicam as bases da educação em valores que norteia todo o
trabalho da comunidade educativa da “Nativity school”. Fiquei muito
impressionado ao ver aqueles alunos de 13 e 14 anos enfatizando os pilares
da formação que eles e seus colegas recebem na escola. Eles
demonstravam-se muito atentos e conscientes da importância de tais valores
e princípios para o crescimento integral deles e dos demais estudantes. Em
nossa conversa, percebia-se como haviam assimilado e valorizavam a
proposta educativa da instituição.

Muitos questionamentos vieram à minha mente. O mais pungente foi até que
ponto conseguimos realmente alcançar nossos destinatários (seja em
escolas, centros profissionalizantes, obras sociais ou na catequese
paroquial), formando-os nos valores da pedagogia salesiana e tornando-os
conscientes comunicadores da experiência formativa de que são
protagonistas.

A visita foi muio agradável e motivo de muitas reflexões, vivida como uma
nova oportunidade para aprender e buscar alternativas cada vez mais
incidentes e significativas do ponto de vista educativo.