Padre Benjamim está com Deus e entre nós!

Pe. Benjamim homem chamado por Deus para ser missionário em terras brasileiras. Aqui se encarnou entre os cidadãos paraenses, amazonenses, rondonienses… Sentia-se orgulhoso de ser um cidadão brasileiro e usou desse direito para defender seus destinatários, principalmente entre os povos indígenas. Um homem trabalhador disponível e corajoso. Assumiu trabalhos em diversas frentes na nossa inspetoria: formação de novos salesianos, colégio, nas missões entre os povos indígenas, faculdade… Um animador dos irmãos como diretor, pároco, inspetor, ecônomo.

Pe. Benjamim também sentia medos como todo ser humano: medo de alguns irmãos, das indiferenças… Outras tantas situações lhe causavam tristeza, mas quase nunca demonstrava essas dores… Era também um homem limitado, não conseguia responder satisfatoriamente todas as exigências dos irmãos… Sentia-se triste quando magoava alguém… Esforçava-se para demonstrar seu amor e respeito para cada irmão, ser irmão bom para todos, mas nem todos o correspondiam. É a cruz que ele carregava em diferentes serviços que prestou à nossa inspetoria.

Pe. Benjamim um amigo dos formandos: aspirantes, voluntários, pré-noviços, pós-noviços, salesianos novos… Era comprometido pelas causas deles, apostava neles, mesmos sabendo que eles poderiam errar; sabia acolher suas limitações e erros, sabia perdoar, incentivar, motivar. Assim foi desde o seu primeiro inspetorado, assim era no Centro de Formação Indígena (CFI) em Iauareté, assim era como ecônomo inspetorial e continuou sendo como inspetor pela segunda vez até a sua morte.
Pe. Benjamim tornou-se um missionário encarnado e assumido pelas causas indígenas, não só em discursos, mas com ações bem visíveis. Buscava sempre a promoção e o protagonismo dos povos indígenas: lideranças comunitárias, catequistas, ministros extraordinários da eucaristia, formação de lideranças, cursos para catequistas, promoção de vocações indígenas, muitos se sentem como filhos… Sentiremos sua falta, seu encorajamento, seu apoio, a esperança que nos dava.

Acredito que o Pe. Benjamim deve ter feito sua opção preferencial pelos povos indígenas, deve ter assumido um compromisso profundo com eles. Ele não abandonou em nenhum momento depois que os conheceu os seus queridos amigos, irmãos e parentes indígenas. Nesses últimos dias foi despedi-los, dar os últimos sorrisos, dar as últimas esperanças, prometer ajudas, comer/comungar o último pedaço de beiju, tomar uma última cuia de chibé, etc. É isso que ele fez durante a sua vida quando estava com eles, nunca disse que “não” quando podia ajudá-los, sempre buscou ajuda e conseguia e, para isso ele parecia ter um carisma.

Pe. Benjamim foi salesiano que amou os jovens de centros missionários, de centros juvenis, obras sociais, paróquias, colégios, faculdade salesiana… Ele continuamente repetia que nós salesianos estávamos bastante afastados deles. Ele quis imprimir novas atitudes nos salesianos. Dizia para os salesianos novos estar presente no meio dos jovens. Pe. Benjamim permitia que todo funcionário de nossas obras que quisesse conversar com ele tivesse acesso, dava atenção a cada um.

Pe. Benjamim foi um irmão maior que se preocupava com os salesianos de mais caminhada, com os doentes e com suas dificuldades, alegrava-se com suas superações… Nas comunidades onde ele viveu preocupava-se com tudo, com a capela, com as coisas fora de lugar, preocupava-se se faltava alguma coisa no refeitório, na cozinha… e comprava…

Pe. Benjamim partiu para o Pai. Deixou-nos muitas lições de vida. Agradeçamos a Deus pela sua vida, sua cultura, sua vocação, seu sacerdócio, seus ministérios. Deus lhe dê um lugar muito bonito, onde possa viver feliz para sempre com tantos salesianos que se encontram lá, com o nosso Pai Dom Bosco e Nossa Senhora Auxiliadora. Do Céu, Pe. Benjamim interceda graças para todos nós salesianos dessa grande e bonita inspetoria.