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Os dois lados de uma ponte

Manaus/AM – É inegável que a ponte Rio Negro foi um avanço para Manaus e uma parte do interior do Estado. Tive a oportunidade de cruzá-la e contemplei a grandiosidade. Foi um salto concreto para o futuro. Tornar-se-á um cartão postal.

Entretanto, os dois lados da ponte se contradizem. Do lado de Manaus temos o acesso até fácil, haja vista o incremento do bairro e a melhoria daquela população, pelo menos a um golpe de vista tudo melhorou. Quando se chega do outro lado, Iranduba, pouco a pouco perde-se o encanto, pelo menos foi esta a minha sensação. Na medida em que a ponte fica para trás a beleza se esvanece. A estradinha se estreita, não há acostamento, predomina a falta de asfalto e aparece a lama. Faltou uma melhor infra-estrutura do lado de lá.

Acredito que ainda serão feitas melhorias até 2014. O potencial ecológico é grande. Certamente o governo irá investir pesado na continuação da ponte e sua beleza. Os problemas iniciais são até certo ponto compreensíveis, mas é preciso continuar os trabalhos e garantir um acesso aos outros Municípios com maior dignidade.

A nós, Igreja católica, no outro lado da ponte, também está sendo exigida uma maior rapidez e adaptação à nova realidade, sobretudo com o grande fluxo de pessoas que chegam naqueles lugares em busca de diversão, descanso e moradia. Não podemos ficar à margem deste processo porque o inchamento de pequenas localidades atrai também problemas sociais, morais, econômicos e religiosos que não podem ser desconhecidos por nós.

Um evento de Igreja marcou o cenário religioso no final de outubro. Infelizmente as mídias não deram importância, por isso quero comentar brevemente. Aconteceu em Assis, Itália, no dia 27, um grande encontro com líderes religiosos de todo o mundo, inclusive com a presença de alguns agnósticos – ateus – convidados todos pelo papa Bento XVI. No seu discurso o papa tocou em algumas chagas religiosas e políticas sérias, por exemplo, a questão do fundamentalismo religioso e a negação da existência de Deus. Sobre o fundamentalismo o papa comentou as inúmeras guerras, muitas delas alimentadas pelo ódio entre etnias e crenças religiosas. A negação de Deus, por sua vez, favoreceu o aumento da violência e da barbárie. Bento XVI disse claramente que o ser humano está em decadência espiritual, gerando “a adoração do dinheiro, do ter e do poder, uma contra-religião, na qual já não importa o homem, mas só o lucro pessoal. A violência torna-se uma coisa normal e, em algumas partes do mundo, ameaça destruir a nossa juventude”.

É fundamental o diálogo inter-religioso na busca de superar os males que nos afetam e reduzem o ser humano a mero instrumento de prazer e consumo. Precisamos, então, construir pontes para favorecer o diálogo e o resgate dos excluídos.

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