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O SIGNIFICADO DO GRITO DOS EXCLUÍDOS

Por Pe Antônio Ribeiro (Pe Bira) SDB –
O primeiro “grito dos excluídos”, como manifestação social organizada, aconteceu em setembro de 1995. Foi o ano em que a Campanha da Fraternidade teve como lema “Eras tu, Senhor”.
O lema nos remete ao discurso de Jesus sobre o Juízo final (cf. Mt 25,31-16). Somos todos responsáveis uns pelos outros, chamados ao cuidado, à solidariedade, a sermos “bons samaritanos” (Lc 10, 25-37). Somos irmãos na mesma humanidade! Crescer nesse senso de fraternidade universal é um imperativo básico.
Com essa Campanha da Fraternidade de 1995, a Igreja Católica convidava seus fieis e o povo em geral a “contemplar aqueles que seriam os mais abandonados, os que se sentem esquecidos, negados na sua humanidade”.

 

Nos dias de hoje essa manifestação já não está mais confinada às fronteiras da Igreja católica e nem à nossa nação: é uma celebração ecumênica, civil, popular, internacional… O significado de “Grito dos Excluídos”, além de ser uma manifestação popular, é uma metáfora que quer significar “clamor”, “protesto”, “pedido de ajuda”, “indignação”, “sofrimento”, “reivindicação”, “denúncia”, “urgências”, “emergências”. Por de trás desse grito há sonhos, esperanças, lutas, inquietudes, compromissos, sensibilidade social, crença na beleza e grandeza da dignidade humana.
Os gritos dos excluídos não é o grito de uma categoria de pessoas. É o grito daqueles que acreditam, proclamam e promovem a grandeza da dignidade humana. É o grito da vida ameaçada em suas mais variadas situações e contextos. É o grito contra todas as formas de violência. É o grito contra o desemprego, a exploração no trabalho e a escravidão branca. É o grito clamoroso contra a corrupção na gestão pública gerando desvios de recursos que deveriam ser investidos da Educação, na Saúde, Transporte, em infraestrutura entre outros. É o grito contra a miséria e a fome. É o grito contra todas as formas de vício, aliciamento, populismo e proselitismo, como o eleitoral, político, religioso ou químico. É o grito dos doentes abandonados nos hospitais ou nas famílias, sem tratamento adequado. É o grito contra a privatização dos serviços públicos pelos quais pagamos “duas” ou “três” vezes mais. É o grito contra a famigerada arrecadação de impostos, sem coerente retorno aos contribuintes. É o grito das centenas de milhares de detentos analfabetos, pobres, feridos em sua dignidade humana e sem esperança de mudança de vida. É o grito dos moradores de ruas humilhados a viverem perambulando, abandonados como “cão sem dono”.

É o grito dos milhões de analfabetos e de todos aqueles sem consciência de direito e, por isso, são manipulados de tantas formas. É o grito de milhares de famílias que vivem sem teto, sem moradia digna. É o grito contra a impunidade, o descaso criminoso. É o grito contra o comodismo, a alienação e toda forma de pensamento negativo e intimista. É o grito contra a intolerância religiosa, étnica, sexual e cultural. É o grito dos imigrantes clamando por acolhida respeitosa, integração e esperança. É o grito contra os crimes ecológicos, poluição e desmatamento.

Um grito contra os nossos males é o grito contra as nossas preguiças, frieza, falta de paixão e moleza frentes às nossas responsabilidades. É grito contra o nosso medo, quietude omissa e não comprometimento em ações e causas saudáveis. Como por exemplo, a experiência do voluntariado social (possível de tantas formas). É o grito contra nossas desculpas para não fazermos nada e continuarmos na zona de conforto. É o grito contra nossa mentalidade fatalista capaz de tudo justificar. Quando dizemos: “sempre foi assim”, ”não tem jeito não”, “não posso fazer nada”, “nada muda mesmo”, “você não vai conseguir”, “lutar é perder tempo”. É o grito contra o nosso pessimismo, a falta de ousadia diante das boas causas e das oportunidades! Mais que tudo, é um grito pela vida!

Sendo assim, deve ser um Grito permanente. ‘A nossa Felicidade e Glória passam pelos outros; dependem do bem que fazemos aos outros!’ (cf. Mt 25,31-36). Eis, enfim, um convite insistente: não deixemos a vida passar sem termos feito algo para que o mundo possa ser melhor!

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