Chegando a Lisboa, fiquei bastante tempo na fila para o controle do passaporte. Percebi o quanto eles estão se tornando rígidos e exigentes. Várias pessoas, especialmente mulheres foram impedidas de entrar no país e, conseqüentemente na Europa.
Chegando a Roma, fui muito bem recebido pelo P. Saimy, secretário de Dom Bregolin e um dos membros da secretaria executiva do CG26. Os participantes do CG26 começam a chegar, mas em número reduzido. Nesses dias fazia as orações e as refeições com os membros da comunidade da Pisana.
No dia 16, encontrei-me brevemente com o P. Nilson. Saímos para jantar. Convidamos para jantar conosco o P. Hector, salesiano do Chile que anos atrás acompanhou um grupo de voluntários do VIS (Volontariato Internazionale per lo Sviluppo) a Manicoré.
No dia seguinte viajei para Jerusalém com o objetivo de encontrar o Lázaro que desde o ano passado encontra-se na comunidade de Ratisbonne. Chegando ao aeroporto de Tel Aviv, depois de quase três horas de vôo, me aguardavam o Lázaro juntamente com o P. Michele. Percorremos os cerca de 40km que separa a capital política, social e cultural de Israel da “Cidade Santa”.
A comunidade de Ratisbonne foi ereta canonicamente em 2004. Encontra-se no Centro de Jerusalém pouco distante da Cidade Velha e do Santo Sepulcro. São mais de 30 estudantes provenientes de 16 países. A língua oficial é o inglês. Esta comunidade substituiu a antiga casa de Cremisan da qual fez parte, anos atrás o P. Josué. O diretor, P. Francis Preston recebeu-me calorosamente. Fiquei encantado com a acolhida de todos: formadores e formandos. O ambiente comunitário é muito sereno, alegre, salesiano e simples. P. Francis Preston lembra com carinho o P. Miguel Scott, o qual é um grande amigo do seu irmão gêmeo, também salesiano. Senti-me em casa!
Aproveitei este tempo em Jerusalém para conversar com o Lázaro sobre a caminhada que ele vem realizando. Encontrei-o muito bem. Nas palavras do diretor, o Lázaro “foi um presente para a comunidade”. O seu jeito simples e amigo cativa a todos. Tive também a oportunidade de reunir-me com o diretor e o encarregado dos estudos, P. Roberto Spataro, para minha alegria meu ex-catequista quando estava no Gerini. O tema do nosso encontro foi a experiência do Lázaro e os preparativos para a vinda do Isley.
Logo no primeiro dia, o Lázaro levou-me até o Santo Sepulcro. Rezamos juntos o terço e percorremos algumas vias da Cidade Antiga. No dia seguinte, com as estradas repletas de neve e um frio daqueles fomos visitar Belém. A cidade de Belém estava deserta. Depois soubemos que quando cai a neve, os palestinos se recolhem nas suas casas. Visitamos também a casa salesiana onde pude adquirir algumas lembranças da Terra Santa.
Na quarta-feira, dia 20, acompanhados pelo diretor P. Francis, mais o Inspetor dos Estados Unidos (New Rochelle), P. Jim, dois estudantes da sua inspetoria; dois irmãos da Índia, um estudante indiano; eu e o Lázaro partimos rumo à Galiléia. Depois de duas horas de viagem chegamos ao Monte Tabor. Subimos com uns táxis especiais. Visitamos brevemente a igreja da Transfiguração. Logo em seguida nos dirigimos a Nazaré. O nosso destino era o Colégio Salesiano. Ali fomos acolhidos por uma multidão de crianças que não se cansavam de perguntar o nosso nome e de onde vínhamos. Aqui todos conhecem o Brasil por causa do futebol. Eles queriam saber se o Ronaldinho Gaúcho morava perto da gente e se podíamos levar um recado pra ele. Eu e o Lázaro nos divertíamos. O diretor da comunidade lhes explicava que éramos salesianos e, logo se estabeleceu um relacionamento de simpatia entre os alunos e nós.
Almoçamos e saímos para visitar a igreja da Anunciação e a igreja de São José. Após uma breve visita nos dirigimos ao Mar da Galiléia e ali visitamos Tabga, onde segundo a tradição Jesus fez a multiplicação dos pães e o lugar onde Jesus confirmou o primado de Pedro.
Paramos na beira do Lado de Tiberíades, outro nome par ao Mar da Galiléia para escutar o trecho bíblico da pesca milagrosa e do encontro de Jesus com os discípulos após a ressurreição. Enquanto o texto era lido tivemos uma grata surpresa: um enorme cardume de peixes aproximou-se a poucos metros da praia. A nossa última visita foi à sinagoga de Cafarnaum e à casa de Pedro. Retornamos para o nosso micro-ônibus e fizemos a viagem de volta para Jerusalém.
Esta experiência foi marcante. Era a segunda vez que visitava a Terra Santa. A primeira vez aconteceu quando ainda era diácono, portanto a cerca de dez anos. Ao passar nestes lugares rezei por todos. Fiz questão de lembrar o nome de cada irmão.
Regressando para Roma, chegando ao aeroporto fiquei sabendo da situação delicada do P. Baruffi. Na mesma noite enquanto estava conversando com o P. Damásio um irmão da Pisana nos comunicou o seu falecimento.
No dia 22, sexta-feira, o P. Inspetor organizou um almoço com os nossos jovens que estão em Roma: P. Nilson, P. Jéferson, Diácono Sinval, Daniel e Reginaldo. Conversamos demoradamente sobre “as alegria e esperanças” da nossa Inspetoria.
A esta altura do campeonato, a maioria dos capitulares já havia chegado a Roma. Sendo assim, no sábado por volta das 5h da manhã, partimos para Turim com quatro ônibus. Todos podem ler no site da Congregação e no nosso site mais detalhes sobre esta peregrinação.
Fomos agraciados com a presença de Dom Bosco, vivo e atuante na pessoa de tantos salesianos espalhados nos cinco continentes. A familiaridade era notória. Vivemos momentos fortes de fraternidade e espiritualidade salesiana. O Reitor-Mor com o seu Conselho fizeram-se presentes de modo simples e amigo. No ônibus em que viajava, estava o Damásio, o P. Afonso, o Ir. Altair convidado pelo Reitor-Mor para participar do CG26 e o P. Lauro. Dois regionais nos acompanhavam.
Visitamos a igreja de São Francisco de Assis que o Reitor-Mor definiu como “berço do nosso trabalho entre os jovens”; Colle Dom Bosco; Valdocco e, por fim tivemos uma belíssima celebração eucarística presidida pelo Cardeal de Turim, Severino Poletto, que fez uma homilia muito bonita. Espero poder enviá-la para que todos possam lê-la.
O P. João Carlos Isoardi também veio ao nosso encontro. Ainda tivemos a oportunidade de nos encontrarmos com os familiares de Dom Flávio Giovenale. O P. Alberto que estava de malas prontas para regressar ao Brasil esteve almoçando conosco.
Regressamos para Roma e, na manhã do dia 27, celebramos as exéquias do P. Baruffi. Antes disso tivemos os primeiros relatórios dos Dicastérios e das Regiões. Todos temos a certeza que a entrega e o trabalho do P. Baruffi produzirá frutos abundantes. A família do P. Baruffi estava representada pelos irmãos Áurea e Celso. Aqui eles puderam perceber o alcance do trabalho que o P. Baruffi realizava. Os salesianos, das mais variadas origens manifestaram espontaneamente a solidariedade e amizade com a família. Por volta das 14h15, os capitulares da Região Cone Sul, o Reitor-Mor e os Conselheiros acompanharam o féretro até o cemitério.
Ontem, pela parte da tarde teve início o retiro espiritual que vai até domingo, pela manhã. O pregador é o P. José Luis Plascencia, mexicano e a temática é sobre o “da mihi animas cetera tolle”.
Bem, caros irmãos espero não ter sido exaustivo nas notícias, mas desejava mesmo partilhar isso com vocês. Todos podem seguir as notícias oficiais no site da Congregação e também no nosso site, mas assumo o compromisso de partilhar outros elementos com vocês.
Colho a ocasião para agradecer a amizade e a confiança de todos ao confiar-me a responsabilidade e de representar os irmãos neste evento carismático e programático, importantíssimo para toda a Congregação e, sem sombra de dúvidas para o incremento da vivência do carisma de Dom Bosco em terras amazônicas.
Um abraço fraterno.