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Mudando de religião (2)

A pesquisa realizada pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (CERIS) , no ano de 2003, tabulou 2.870 questionários referentes a 23 capitais brasileiras e 27 municípios. O estudo sobre o “trânsito religioso” desperta várias questões, também sobre o comportamento social e cultural do brasileiro. Um dado interessante na pesquisa é que 85,2% dos entrevistados ainda se consideram cristãos e 7,8% sem religião, num total de 93%; 3,5% dizem não ter uma religião determinada, e apenas 3,4% pertencem a outras religiões. Quais motivos levam ao trânsito religioso?


1. “Sinto-me bem”: um número significativo de entrevistados afirmam que mudam de religião porque buscam uma religiosidade onde se sintam bem. Trata-se, pois, de uma experiência religiosa que não compromete a pessoa com doutrinas, valores e atitudes coletivas, mas consigo mesmo; com suas necessidades ainda não resolvidas; com seus desejos mais profundos; com suas normas de comportamento come um pensamento religioso mais plural e não menos monoliticamente católico e nem mesmo cristãos, mesmo que alguns dados da pesquisa possam dizer o contrário.


2. “porque me aproxima de Deus”: com raras exceções daqueles que seguem as religiões históricas evangélicas e dizem ter uma religião indeterminada, muitos afirmam que seguem determinada religiosidade porque se sentem mais próximas de Deus. O que seria este “próximo de Deus”? Aqui podemos perceber que existe uma demanda pelo significado da religião no cotidiano da pessoa. O desejo de sentir Deus presente na vida como um amigo, é quase que um grito de socorro dentro de um contexto social e religioso que parece indiferente ao cotidiano das pessoas. Deus seria, então, a única presença que responde aos anseios, quase que a única segurança. É evidente aqui há uma demanda por espiritualidade numa sociedade materialista. Há um desejo de valores não-materiais e redefinição da pessoa.



3. “Porque ajuda você nos momentos de
dificuldades”: esta resposta está em coerência com as duas primeiras. O que muitos buscam nesta mobilidade religiosa é segurança e respostas imediatas aos seus conflitos, duvidas, necessidades e desprazeres. A sociedade do lazer, do consumo e do hedonismo, não consegue preencher satisfatoriamente o ser pessoa em relação. O que percebo é um vazio existencial que somente Deus pode preencher totalmente, sem, contudo, tornar a religiosidade um ópio para o povo. O Estado abandonou os mais pobres e as religiosidades buscam substituir as ações do mesmo com promessas de felicidade, exorcismos e prosperidade. Os ricos do país estão cheios de si mesmos e vivem outros dramas e satisfações.



4. “Uma religião séria”: nas respostas aparece também o desejo de uma religião que não engane e frustre expectativas. O povo está cansado de desprazeres com promessas de mudança de vida, corrupção de líderes, violência, medo de morrer, medo de sobrar e medo de não estar conectado ao mundo virtual. As religiosidades surgem, então, como resposta de vida.



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