Porto Velho/RO – Neste momento histórico em que, pela celebração do 12º INTERECLESIAL, quer por tantas demostrações de preocupações sociais, religiosas, ambientais com a Amazônia, nossa região e certamente nossa Igreja Católica com tudo o que ela representa para a região, tem sido interpelada, estudada e refletida em todas as suas dimensões, especialmente a dimensão histórica.
Neste interim entra inevitavelmente o significado profundo da presença salesiana na região, seu compromisso histórico na educação e evangelização dos povos destas paragens. Todos temos perfeita consciência e nítido conhecimento que a Igreja em Rondônia não está começando neste momento e nem a dez ou a vinte anos atrás, precisamos ser fiéis e coerentes com a história. Vejo portanto nesta hora ,um momento propício para se fazer a memória e tornar presente a pessoa de tantos irmãos salesianos que desde o longínquo 1926, se fizeram presentes nesta decantada terra de Rondônia, com inúmeros desafios, a priori pelo desconhecimento da região e suas nefastas e imprevisíveis consequências para a vida e a saúde, a posteriori pelas reais dificuldades no quotidiano, onde a carência do essencial para a sobrevivência das pessoas, era generalizada; fazer a memória antes, durante e pós o 12º INTERECLESIAL, tem sido um compromisso nosso, entendendo tudo isso como questão de lealdade, de justiça, de gratidão e de amor para com estes nossos irmãos, que como os pioneiros arautos do Evangelho, missionários do amor de Jesus Cristo, aos povos indígenas, aos seringueiros, aos ribeirinhos, aos caboclos, aos migrantes e posseiros, à juventude e aos doentes, abnegados e destemidos irmãos salesianos que como filhos espirituais de São João Bosco, colocaram no < Da mihi animas>, o ardor apostólico, o testemunho da doação, a razão de serem discípulos e missionários do Senhor Jesus nesta profícua região.
Eles com suas vidas e seus ensinamentos deixaram para posteridade da região: Isma, igreja local e sociedade como um todo, uma herança preciosíssima. Acredito que, não podemos em hipótese alguma, ficarmos apáticos e indiferentes a estes apelos de Deus por meio do testemunho destes nossos irmãos, nos convidando a uma conversão pastoral que passa necessariamente por uma conversão pessoal ( Doc. Ap. n. 366 ) e nos alerta em nossa missão contra todo tipo de vida burguesa e de mediocridade , no nosso ser e no agir ( CG 26. Test. pessoal e comunitário. nos. 86 e 87 ).
Gostaria de ressaltar aqui algumas testemunhas que na obra de Vitor Ugo, < DESBRAVADORES > ilustram a grandeza, a tenacidade, a santidade e a laboriosidade destes irmãos.
< pelos serviços nobilitantes que os filhos espirituais de São João Bosco, missionários vem prentando à nossa pátria, educando crianças, recolhendo desvalidos, montando núcleos agrícolas, povoando as nossas fronteiras abandonadas e prestando outros serviços, como os da assistência e profilaxia.> (Hamilton Reis, em uma conferência , na Real Sociedade de Geografia em Londres).
<o trabalho dos salesianos no interior do Brasil, como obra notável na formação e educacão daquela gente disseminada na vasta extensão da planície amazônica. (Transcrição nos Anais do Congresso da Nação).
< por essa plêiade brilhante de evangelizadores que, ao mesmo tempo em que pregam as virtudes e a moral cristã, não descuram das necessidades temporais dos seus semelhantes>. (Desbravadores Vol. II pag. 56).
E assim , tantas e tantas testemunhas poderiam comprovar este passado glorioso destes nossos irmãos, herois autênticos que construiram com sacrifício e muita luta a sociedade e a Igreja neste noroeste brasileiro e amazônico. Entre muitos vale lembrar: Dom João Batista Costa, primeiro bispo de Rondônia, (por sinal seu lema episcopal foi: <Da mihi animas coetera tolle>), cognominado : O BISPO DOS POBRES, Pe. Dr. Antônio Carlos Peixoto, Pe. João Nicoletti, Pe. Chiquinho, Pe. José Maria Pena, Pe. Angelo Cerri, Pe. Angelo Spadari, Pe. Adolfo Rohl, Coadj. Egídio Bortignon, Coadj. Marcelino Dias etc…
Certos de que estão na paz do Senhor, a eles a nossa eterna gratidão.
A sua lembrança ficará pra sempre etre nós.