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MEMÓRIAS BIOGRÁFICAS DE DOM BOSCO: um mergulho no espírito salesiano.

Por Ir. Antônio Stefani, sdb

Quando, no ano passado, estava na comunidade de Manicoré junto com o padre Tiago Corrado, este me pediu para ajudá-lo na tradução das MEMÓRIAS BIOGRÁFICAS DE D. BOSCO. Era o 7º volume. Em conjunto, no final do ano entregamos o nosso trabalho. Aí me pediram para fazer a tradução de outro volume, o 9º. Começamos, quando estávamos na metade, nos disseram que este já tinha sido traduzido por outros e pediram para pegar o 13º. A gente aceitou o desafio quando já estava em Belém na Escola Salesiana do Trabalho-EST.

Trazer para o português um texto da língua italiana de quase dois séculos atrás dá um pouco de trabalho, além de mental também de digitação. Ainda bem que fui professor de datilografia (tudo vem a calhar). Aceitei a tarefa ciente da importância do trabalho para as novas gerações de salesianos brasileiros. E faço isso com verdadeiro espírito de serviço à congregação. E agradeço… porque estou descobrindo D. Bosco. Durante o noviciado tinha conseguido ler os primeiros nove volumes dos 19. E foi isso que me deu firmeza na vocação. D. Bosco é fantástico, um líder, atração fatal! Fazendo este trabalho percebo o quanto nos distanciamos do nosso pai. Durante este trabalho me emociono, dou gargalhadas vendo o espírito humorístico de D. Bosco. Como aquela vez que depois que o P. Rua foi numa cidade (La Spezia), para ver se dava para abrir uma casa. Depois do relatório do P. Rua que colocava as dificuldades, ele lhe pergunta: “Mas tem um lugar para colocar uma frigideira e fritar dois ovos?” Diante da resposta afirmativa: “Então podemos ir!”.

A temeridade deste homem que manda um padre recém ordenado com um clérigo e um coadjutor para abrir uma casa na França. O pobre padre escreve a D. Bosco que ele é novo, sem experiência, está com medo. E D. Bosco o encoraja dizendo: “Eu sei que tu és ainda um menino (ragazzo). Tu, portanto, vai no nome do Senhor; vai, não como superior, mas como amigo, irmão e pai. Tenha fé na Providência e reze!”

Vejam a crônica dos primeiros salesianos numa casa recém aberta. No primeiro ano escolar P. Tamietti numa sucinta crônica deixou escrito: “Dizer como passamos este ano é quase impossível. Um dia alegres e cheios de confiança, no dia seguinte desencorajados; um dia se falava de um florescente futuro, o dia seguinte se tinha a quase certeza que aquele seria o primeiro e o último ano, pois as dificuldades eram muitas. Cada dia se sentia que faltava alguma coisa, e certamente não conseguiríamos viver nem por um mês, se o senhor Agostinho Pelà, irmão do senhor Benedito, não nos tivesse providenciado de sua loja de qualquer coisa de que precisávamos, a crédito ao longo do ano todo. E mais, uma forte nevada veio aumentar o frio e a umidade daquele inverno, enquanto não havia aquecedores, e para não morrer de frio ficávamos caminhando continuamente. Todavia recuperamos a alegria: em geral ficamos tão contentes que, como aquele primeiro ano, nunca mais aconteceu. Percebia-se que Deus estava conosco, e tínhamos certeza da sua assistência”.

Outro. Dois padres, um deles o Pe. Lourenço Giordano, que conhecemos, um subdiácono e um coadjutor vão na França numa antiga fazenda para fazer dela uma escola agrícola. Os quatro só tem o dinheiro para a viagem. Chegam lá numa casa toda aos pedaços. Não tem comida, só muito trabalho para organizar aquele local. Os vizinhos ficam com pena deles, ajudam. Não perdem a esperança, não desanimam. Quando a casa estava mais ou menos pronta acolheram uns 40 meninos “e o mais singular foi que iniciadas as aceitações e chegar providenciais subsídios para mantê-los e vesti-los foi uma coisa só. Fé na Providência. A Escoa agrícola da Navarra da França ficou famosa.

E vejam também uma amostra das nossas queridas Irmãs.

Na Navarra as irmãs ingressaram no dia 15 de outubro 1878. Por algum tempo, também elas, se ajeitaram como puderam naquela grande penúria. Dormiam debaixo de um telhado, de onde caiam calcinacci e água quando chovia. O vento strideva entre as frestas das paredes; ratos e morcegos, por todo lado, eram os donos da casa sconquassata. As pobrezinhas, mal e mal conseguiam se livrar da sujeira e vendo os pobres orfãozinhos tutti sbrandellati e com um apetite nunca satisfeito, choravam e não ousavam falar, porque os Salesianos também tinham suas tribulações. Deus, porém abençoou o sacrifício de uns e das outras, dando à obra 25 anos de invejável florecimento, até, infelizmente, à triste lei de supressão.

Haveria muitas coisas para contar. Mas cada um pode fazer isso. Basta pegar os volumes que já estão prontos (parece-me o 1º e o 2º) e boa leitura. É esta a melhor forma para se imbuir do espírito salesiano e continuar a obra que este homem extraordinário iniciou com tanto sacrifício: FORMAR BONS CRISTÃOS E HONESTOS CIDADÃOS (são palavras dele). Amém.

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