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Lei cria Dia da Amizade entre AM e Pará

O governador do Amazonas, Eduardo Braga, sancionou no dia 14 deste mês, uma lei que criou o Dia Estadual da Amizade entre Amazonas e Pará, marcado para 7 de abril. A lei foi aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado (ALE) e publicada na sexta-feira, 14, no Diário Oficial do Estado.


Para o escritor Márcio Souza, autor da tetralogia ‘Crônicas do Grão-Pará e Rio Negro’, a criação da data é uma atitude positiva para reduzir a discriminação de paraenses no Amazonas. “Acho que toda iniciativa para acabar com o preconceito é uma boa iniciativa”, afirmou.


De acordo com Souza, havia uma competição entre os dois estados, porque o Amazonas foi desmembrado do Pará e alguns órgãos federais, por muito tempo, ficaram centralizados em Belém. “A competição era boa, os dois estados saíram lucrando, mas o preconceito é outra coisa. Aqui no Amazonas se alimenta o preconceito contra os migrantes em geral”, disse o escritor.



Ele considerou o preconceito uma questão de educação e de acesso aos princípios básicos da cidadania, aos quais boa parte da população ainda está alheia. “Como isso é negado à maioria da população, torna-se um terreno fértil à maioria dos preconceitos”, afirmou.



O preconceito em relação aos paraenses no Amazonas está, em muitos casos, relacionado à criminalidade, chegando ao ponto da naturalidade ser utilizada como sinônimo de ladrão. No dia 26 de janeiro, Fábio Oliveira Campos, 19, matou o pedreiro Gilson Sales, 25, no bairro São José 2, zona Leste, porque se sentiu ofendido ao ser chamado de forma pejorativa de paraense.



Fábio disse, ao ser preso dias depois do crime, que, para ele, ser chamado de ‘paraense’ tem o mesmo significado de ‘ladrão’. “Todos que moram em Manaus sabem que existe preconceito. Eu não tenho raiva de paraense, mas sei que muita gente usa esse nome para te chamar de ladrão. E eu não sou ladrão”, afirmou, na ocasião.



No início de abril, o vereador Ayr José, em pronunciamento na Câmara Municipal de Manaus (CMM), responsabilizou paraenses pela criminalidade na capital. A declaração motivou a realização de uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado para tratar do preconceito contra paraenses no Amazonas.



Durante o discurso na audiência pública, o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Lélio Lauria, desmistificou a idéia da criminalidade estar associada aos paraenses, afirmando que, dos 540 presos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) na época, 450 eram amazonenses e só 28 haviam nascido no Pará.



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