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Jovens, discípulos e missionários

O tema central da próxima Assembléia Geral da CNBB (9-17/05/2006) tratará de uma questão vital para o futuro da Igreja e da sociedade: evangelização da juventude. Se as novas gerações forem evangelizadas adequadamente, poderemos esperar que também elas, uma vez assimiladas as riquezas da fé, continuarão a apreciá-las e transmiti-las e saberão atuar na sociedade com o coração e a inteligência bem formados pela sabedoria do Evangelho. Mas se nossa geração não passar aos jovens a herança apostólica e o tesouro das experiências da vida eclesial, o que poderemos esperar para o futuro?


A realidade atual da evangelização da juventude muitas preocupações: Conseguem ainda as famílias educar os filhos na fé? As escolas, colégios e instituições católicas de educação e ensino ainda o fazem? As próprias paróquias conseguem fazê-lo? Quem o faz? O ambiente cultural está passando por profundas mudanças e a transmissão da fé, que acontecia espontaneamente, já não está acontecendo mais. Não é difícil constatar que em nossas paróquias e organizações eclesiais os jovens geralmente estão ausentes, pois perdemos o contato com eles. Onde estão eles? Que fazemos para ir ao encontro deles?


Os jovens, talvez mais que os adultos, sofrem as conseqüências da transformação social e cultural do momento.Migrações, desemprego, pobreza, drogas, violência e incerteza diante do futuro são apenas alguns sinais da fragmentação de um mundo que já não oferece valores e referências seguras e estáveis, onde tudo é medido pela utilidade prática e pelas satisfações imediatas. Mas os jovens não querem jogar fora sua vida; não querem ser enganados e continuam a buscar bases e referências sólidas, que permitam construir um projeto de vida.



A evangelização da juventude requer uma avaliação de nossas metodologias pastorais. Por vezes, também nós esperamos deles resultados imediatos e queremos que eles sejam logo protagonistas na Igreja e militantes na sociedade, sem lhes oferecermos aquilo que precisam para se tornarem verdadeiros protagonistas.Eles merecem, antes de tudo, e precisam “ver Jesus Cristo” que os chama e conhecer a força do seu Evangelho em toda a sua beleza e plenitude. De nós, adultos, eles esperam que lhes proporcionemos oportunidades para o encontro com Jesus Cristo e para uma profunda experiência do amor de Deus em suas vidas. E têm razão de esperá-lo de nós!



Os jovens deveriam merecer a atenção privilegiada de nossas organizações e estruturas eclesiais e pastorais. Três elementos me parecem importantes: o anúncio, a acolhida e o acompanhamento com um itinerário formativo. Esses elementos são relacionados entre si e podem ser separados apenas metodologicamente.



Mediante o anúncio, os jovens recebem o querigma cristão, que os alcança de uma forma nova, mesmo já tendo feito a s catequeses de iniciação cristã. O momento existencial agora é outro. Os jovens que freqüentam a Igreja regularmente recebem pelo menos um mínimo desse bom anúncio através das homilias e das próprias celebrações. A eles precisam ser proporcionadas oportunidades para a iniciação na leitura da Palavra de Deus e no conhecimento das riquezas da fé da Igreja. Sem isso, como poderão amar e valorizar a fé que receberam no batismo, sobretudo nos momentos de contradição e prova? Pelo anúncio, os jovens receberão as luzes da Palavra e o testemunho da comunidade eclesial, que lhe são necessários para as grandes escolhas na vida, para o discernimento e a ação no mundo do qual fazem parte.



A maioria dos jovens, depois da crisma, não são mais alcançados pelo anúncio e não sentem a Igreja como sua. Por isso, deveriam merecer especial atenção os muitos jovens batizados que nem fizeram as catequeses de iniciação e estão totalmente excluídos da evangelização. Seria necessário organizar muitas iniciativas de anúncio voltadas para eles, para não ficarem totalmente estranhos à comunidade eclesial e à partilha dos “bens espirituais” da Igreja.



O anúncio sem um espaço de acolhida corre o risco de ser como a semeadura num terreno pedregoso e cheio de espinhos. Os jovens têm necessidade de compartilhar as experiências humanas e religiosas próprias de sua idade. Os espaços de acolhida podem ser nossas estruturas eclesiais, como as comunidades e paróquias, grupos e movimentos; podem também ser famílias, que abrem suas portas para os jovens, oferecendo-lhes um ambiente para o encontro e o crescimento na fé, juntamente com seus próprios filhos adolescentes e jovens. Podem ser ainda as escolas, colégios católicos e casas religiosas, onde os jovens poderão sentir a acolhida amorosa e familiar. Nos espaços da Igreja os jovens deveriam sentir-se como em sua casa.



Por outro lado, eles necessitam também de itinerários formativos e do acompanhamento de pessoas adultas e maduras, que os ajudem no amadurecimento humano e cristão. Tais itinerários devem prever os diversos aspectos da formação humana e crista dos jovens e incluir as riquezas da experiência da fé eclesial. Uma pedagogia adequada deve estimular os jovens a serem sujeitos e protagonistas de sua formação, e não objetos ou destinatários passivos. Eles precisam de oportunidades para o encontro e a partilha com outros jovens e ser ajudados a perceber seu espaço na Igreja e na sociedade, para fazer as escolhas com discernimento e generosidade.



A V Conferência Geral tem como objetivo ajudar a Igreja na América Latina e no Caribe a aprofundar sua identidade como discípula e missionária de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida. Não é outra a finalidade da evangelização da juventude: ajudar os jovens a serem discípulos e missionários de Jesus Cristo. Assim eles também farão a sua parte para que o futuro dos nossos povos seja melhor.



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