O tema central da 44ª Assembléia Geral dos Bispos do Brasil é estudado hoje, dia 10, segundo dia do evento, pelos 297 bispos presentes. O tema central Evangelização da Juventude: desafios e perspectivas pastorais foi trabalhado por uma equipe delegada, apresentada nesta sessão por Dom Sinésio Bohn, bispo de Santa Cruz (RS).
Para explicar o documento em estudo foi convidado Dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo auxiliar de Campo Grande. O texto trabalha: a) os elementos para o conhecimento da realidade dos jovens, b) um olhar de fé a partir da Palavra de Deus e do Magistério, c) desafios, princípios orientadores e pistas de ação. O documento apresenta alguns anexos contendo pontos já estudados pela Igreja e presentes em diversos documentos que trabalham a temática da juventude.
Dando ênfase ao documento, Dom Eduardo afirmou que a Juventude deve estar no coração da Igreja e ser fonte de renovação da sociedade, por isso, o objetivo do episcopado brasileiro é de renovar a opção afetiva e efetiva de toda a Igreja pela juventude numa busca conjunta de propostas concretas que favoreçam uma verdadeira evangelização desta parcela da sociedade.
O documento, segundo o bispo, motiva o episcopado para juntos encontrar caminhos, mecanismos e meios para favorecer o desenvolvimento integral dos jovens, como por exemplo: educação aos valores cristãos, formação bíblica e teológica, iniciação à vida litúrgica, anúncio do querigma, ensino religioso nas escolas e universidades, educação para a solidariedade e para a fraternidade, superação de preconceitos e formação para a ação. A formação da juventude visa a promoção da dignidade de sua vida em todos os aspectos.
A Comissão que preparou o documento convidou alguns jovens para falarem aos bispos, no sentido de enriquecer e ilustrar a experiência do trabalho com os jovens no Brasil.
A jovem Marildes apresentou os trabalhos feitos com a juventude em todo Brasil. Mostrou a Rede Brasileira de Centros e Institutos de Juventude do Brasil, que existe desde 1989. Estes centros estão distribuídos em vários Estados brasileiros. A Rede é formada por padres, religiosos e religiosas de 45 congregações. Os leigos envolvidos com os projetos dos centros somam 435. O total dos atingidos pelos projetos é de 58.694 jovens, conforme dados de 2005. Trabalham com a formação de lideranças, atendimento direto aos jovens, espaço de literatura, elaboração de subsídios, assessorias nos centros e fora dos centros de Juventude, curso de especialização em Juventude (único curso desse porte na Brasil e na América Latina), possuem ainda atendimento direto aos adolescentes e suas famílias realizado pelas Casas da Juventude.
Em 2004, a Casa da Juventude lançou uma Campanha com o nome A Juventude quer Viver, atendendo a preocupação diante da violência e morte contra os jovens em todo o Brasil. O número de homicídios aumentou em 88% nos últimos tempos. Só em 2003 mais de 16 mil jovens e adolescentes foram assassinados no país, grande parte executada pela polícia.
Os desafios da Campanha: corrigir a mentalidade sobre a redução da mentalidade penal já que os próprios adolescentes e jovens são favoráveis à redução. Mobilizar a massa para participar dos estudos sobre esse tema e competir com a grande mídia que manipula os jovens sobre a redução da idade penal.
Outro jovem convidado, Carlos, falou da experiência do trabalho com a juventude da renovação carismática, no Projeto Jesus no Litoral. O projeto acontece nas praias do litoral do Estado do Paraná.
Com essas e outras experiências apresentadas, os bispos recolheram elementos para enriquecer o estudo do documento.