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IRMÃO ANTÔNIO STEFANI: 50 anos de missão na Amazônia

Ao celebramos os 50 anos de chegada do Salesiano Irmão Antônio Stefani ao Brasil, compartilhamos com você este emocionante testemunho de sua caminhada vocacional.

  1. ANTÔNIO STEFANI: 50 anos de missão na Amazônia

Nasci na cidade de Turim no dia 29/07/1939, tenho 80 anos e idade completos. 30 na Itália e 50 no Brasil. A cinquenta anos me considero cidadão brasileiro.

Desde criança frequentei o Oratório Salesiano Miguel Rua (Monterosa). Depois da guerra era no Oratório que matava a fome com o leite e as grossas bolachas vindo dos Estados Unidos da América. Nossa família não passava maiores dificuldades porque meu papai, além do trabalho na fábrica, de noite oficiava como sapateiro. Eu e meus três irmãos passávamos todo o tempo livre no Oratório.

Fui coroinha, participava do clube São Domingos Sávio, fazia parte de todo tipo de esporte. O Oratório era a minha segunda casa, também quando, devido a mudança de habitação fomos morar a 2km de distância deixando minha mãe todas as vezes preocupada pois tínhamos que atravessar duas grandes avenidas.

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Um dia, por volta dos 13 anos, passava perto de Valdocco, o primeiro Oratório de Dom Bosco, e quis falar com o porteiro que era um salesiano. Disse para ele que queria ser salesiano. Ele, ouvindo os meus gaguejos, me aconselhou ir no Cotolengo. “Ir no Cotolengo” em gíria piemontesa, era como mandar alguém no manicômio. Não fui.

Aos 15 anos passei a fazer parte do grupo de jovens do meu Oratório. Padre Elio Scotti, era o animador do grupo juvenil. Verdadeiro líder e formador de jovens. Foi meu diretor espiritual. Assim como eu, incentivou dezenas de jovens para a vida salesiana e eu, aos 17 anos, entrei no seminário de Chieri, onde havia um padre ancião, padre Ruffini, que dizia ter sido escolhido por dom Bosco quando o mesmo vendo ele criança no colo da mãe disse: Este é meu!

A primeira Profissão Religiosa foi no mesmo ano da inauguração de Brasília de Nossa Senhora Auxiliadora, 16/08/1960 e, três anos depois, 16/08/1963, confirmei minha entrega à Deus e à Congregação para sempre com a Profissão Religiosa Perpétua.

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Em 1968 o Reitor Mor lança o convite aos salesianos para dedicar 5 anos de suas vidas nas missões. O convite do pai é uma ordem para os filhos. Curso para missionários em Roma, envio na Basílica de Maria Auxiliadora em Turim no final de 1969. Em 1970 embarcamos, 5 irmãos coadjutores, no navio rumo ao Brasil.

Cheguei ao Brasil em fevereiro de 1970, aos 30 anos de idade, cheio de entusiasmo pronto a enfrentar as aventuras de uma nova vida. 11 dias de navio EUGÊNIO COSTA, saindo de Genova (Itália), aportamos no Rio de Janeiro no dia de carnaval. Desembarcamos para nos misturar ao povo na grande festa popular. Não havia carros alegóricos, luxo, só o povo simples dançando e cantando atrás de um caminhão com o som.

Voltamos ao navio de noite para chegar no porto de Santos no dia seguinte. Um mês em São Paulo para aperfeiçoar a língua, já tinha estudado pelos livros, agora a prática. “Vale mais a prática que a gramática”, pura verdade.

Depois de um mês, sabendo que tinha estrada para Rondônia (BR 364), pequei um ônibus. Viva a aventura! Estrada de chão, atoleiros, buracos profundos, ônibus balançando e quase virando, empurrando para sair do atoleiro… Era tudo uma grande aventura, se não fosse que chegando em Ji Paraná, povoado de poucas casas, uma febre danada me derrubou.

Procurei se tinha paróquia. Sorte minha, encontrei o padre  Bernardo Strick, holandês, salesiano. Deitei e por dois dias não sei o que aconteceu. Aos poucos recuperei as forças, e, sabendo que tinha avião que ia a Porto Velho, peguei. Era um DC 8. Primeira vez que subia num avião, balançava e era barulhento como um velho caminhão numa estrada esburacada. Mas nada de medo, era aventura e eu gostava.

Em Porto Velho encontrei o padre Chiquinho, ao me ver meio abatido pela viagem, me deu um gostoso licor não sei de que. Fiquei bom. Na manhã seguinte, dia 3 de março, de barco até Humaitá, onde cheguei às 7h da manhã, vendo, admirado, os meninos fardados indo para a escola.

Aqui encontro pela primeira vez Dom Miguel D´Aversa, bispo da Prelazia e padre Venzon, diretor da escola Dom Bosco. Em seguida, conheci os irmãos que trabalhavam no interior: Os padres Luiz Bernardi, Antônio Stiappacasse (Carapanatuba), Ricardo Lorenzoni (Manicoré) e Pascoal Lalongo (Auxiliadora do Uruapiara).

Em dezembro venho a saber que eu pertencia à INSPETORIA SALESIANA SÃO DOMINGOS SÁVIO, com sede em Manaus.

Em Humaitá (1.800 habitantes) fiquei 11 anos, fui factótum (faz tudo), fotógrafo, animador da comunidade do cemitério, agora Paróquia N. S. do Divino Pranto. E os anos foram passando, e as obediências também.

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(Irmão Antônio Stefani, último da esquerda para direita)

 

Conclusão: foram 50 anos que, agora, digo que foram felizes. Tudo passou: dificuldades, fadigas, doenças, tropeços, desilusões… tudo passou, só restou, com minha grande maravilha, uma felicidade imensa de ter colaborado um pouquinho, como salesiano irmão, por um mundo mais solidário, fraterno e alegre com as minhas mágicas. Amém.

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