O Instituto Teológico Pio XI está completando hoje 75 anos de existência. Fundado em 1931 no dia 07 de março, então memória litúrgica de Santo Tomás de Aquino, no bairro de Santana (zona norte de São Paulo), transferiu-se para esta sede, no Alto da Lapa, em 1936.
Os salesianos do Brasil, até então, estudavam em Turim (Crocetta) ou em Manga, no Uruguai. O Pe. André DellOcca, provincial na época, deu início a uma casa de formação, chamada Estudantado teológico, no Bairro do Chora Menino, hoje conhecido com o nome de Santa Teresinha. O primeiro diretor foi o Pe. Hermenegildo Carrá, e, quando a sede transportou-se para este local no Alto da Lapa, seu diretor era o Pe. Domingos Cerrato, que continuou sendo diretor até 1940 quando foi substituído pelo Pe. Luiz Garcia de Oliveira.
Este já era Diretor e Mestre de noviços nesta mesma sede desde 1935. De fato os salesianos estão no Alto da Lapa desde esta data, quando funcionava já o Instituto Monte Carmelo, transformado depois em Instituto Teológico Pio XI. O nome Pio XI adotado desde os inícios em 1931, foi uma homenagem ao Pontífice Romano então no governo da Igreja, que muito admirava Dom Bosco, tendo sido seu hóspede no Oratório de Turim em 1880 e posteriormente, foi o Papa que, na Páscoa de 1934 canonizou Dom Bosco.
O Pio XI foi fundado, como estudantado teológico, para ser a casa de formação presbiteral de todos os salesianos das 6 províncias brasileiras candidatos ao sacerdócio. Estudaram também aqui, em épocas diferentes, salesianos do Paraguai, da Venezuela, da Colômbia, de Angola e outros países. A partir dos anos 60, com a finalidade de uma maior inculturação na formação, foram deixando definitivamente o Pio XI as províncias de Belo Horizonte e Porto Alegre e, em determinados períodos, as províncias de Recife e Manaus. As províncias de Campo Grande e São Paulo sempre mantiveram aqui seus estudantes.
Não poderia terminar este breve relato, sem prestar uma homenagem aos que, durante 75 anos, dirigiram esta casa de teologia que hoje completa suas bodas de brilhante: são seus diretores e coordenadores de estudo, alguns com mais de 14 anos de atividades, e outros com uma fugaz passagem na direção da casa, mas todos eles, igualmente construtores de uma história gloriosa, sofrida por vezes, mas sempre buscando o melhor para a Igreja. Uma placa num corredor interno desta casa, lembra o serviço carinhoso e maternal que as Filhas de Maria Auxiliadora prestaram a esta casa durante mais de 40 anos! A elas, particularmente na figura da inolvidável Irmã Olga Gabriel, também nossa gratidão.
Seria longa a lista de professores ou ex-alunos que fulguraram e fulguram na reflexão teológica e na atividade pastoral. Sintetizo todos os professores na figura quase mítica do Pe. Breno Moreira César, que trabalhou nesta casa desde 1938 até sua morte em 1994 (56 anos!), como brilhante professor, confessor e apóstolo popular, e do Pe. Bartolomeu de Almeida, que vive no Recife, com 95 anos, e do Cardeal Dom Geraldo Majela, arcebispo de Salvador. Permitam-me também fazer referência a um preciso ganho que o Pio XI obteve, com a minha modesta participação, em meados dos anos 80: participando dos encontros da AEC, conheci o Prof. Francisco Catão e o trouxe para cá… E entre os ex-alunos ilustres, podemos nomear, entre tantos, Pe. Wolfgang Gruen, recém nomeado pela UPS Doctor Honoris Causa, e Dom Orani Tempesta, atual arcebispo de Belém.
Que o Senhor continue a abençoar esta santa casa de teologia, com as mesmas bênçãos que sempre dispensou àqueles que aqui estiveram ou estão fazendo teologia e buscando os melhores caminhos para educar na fé os discípulos do Senhor. (Pe. Dr. Luiz Alves de Lima)