Manaus/AM – Para ser missionário é preciso aderir a Jesus Cristo, nosso Salvador. Esta verdade brota do mais profundo do nosso ser e nos coloca numa atitude de permanente escuta e ação. Foi movida por isto que a nossa Igreja de Manaus organizou e realizou o 2º. Congresso Missionário Arquidiocesano nos dias 29 e 30 de outubro com o tema: A missão renova a Igreja, revigora a fé e dá novo entusiasmo.
Nos dias do Congresso mais de mil e seiscentos delegados e delegadas, sem contar o pessoal de equipes de apoio, provenientes dos 12 Setores que compõe nossa arquidiocese, estiveram reunidos em 5 núcleos de trabalhos para autoavaliar nossa missão e rejuvenescer o rosto da Igreja diante dos desafios que os tempos nos colocam.
Tive a oportunidade de assessor, com a colaboração da Irmã Alzira, um desses núcleos. Ali refletimos sobre o nosso ser Igreja hoje à luz do Espirito Santo de Deus que “Torna nova todas as coisas”.
Baseados no método VER, JULGAR E AGIR, adentramos em questões fundamentais da missão católica nesta grande cidade, compreendendo toda a região de periferia e do interior. A Palavra de Deus nos guiou em todo o processo, pois é ela a grande animadora. Baseados no texto de Lucas 24, 13-35 fizemos o longo caminho de Emaús. Passamos pela experiência dos medos, das frustrações e das queixas que os delegados trouxeram, para o salto significativo de alegria e entusiasmo que concretiza o futuro da missão.
No VER a palavra chave que nos orientou foi DESNORTEAMENTO. Na verdade, diante de tantos ruídos, crenças, problemas políticos, sociais, eclesiais e econômicos, estamos como que desnorteados e cegos. A tentação é de abandonar a cruz do Senhor e voltar para o lugar estreito de nosso comodismo, busca de poder e alienações. É preciso, então, enxergar, reconhecer que o Senhor está presente e caminha conosco. Superar, portanto, as queixas e os desânimos para saber caminhar sem medos e superar os desafios.
No JULGAR nos detivemos na questão da ESSENCIALIDADE. Somente Jesus Cristo é o essencial, a luz verdadeira, que faz arder nosso coração de discípulos missionários. É ele que, nas trevas do desnorteamento, nos indica o caminho a seguir e nos convoca a voltar à missão a partir da redescoberta da pessoa humana que deve ser cuidada e evangelizada, da vida em comunidade como lugar do encontro profundo com Deus na oração, na partilha e na superação da descrença, por fim, da transformação da sociedade marcada pela indiferença, consumo, violências e ânsia de poder. Precisamos superar a crise das queixas e acreditar que é possível realizar coisas novas movidos pelo Espirito de Deus.
No AGIR não criamos novas leis e compromissos, apenas nos comprometemos em colocar em prática as indicações já presentes no Plano de Evangelização da Arquidiocese, dando continuidade ao que já realizamos com novo ardor, novos métodos e expressões. O fundamental é assumir a conversão pastoral como a base de renovação permanente, pois, somente pessoas convertidas, com nova mentalidade, poderão ser os “carteiros de Deus” numa sociedade que parece não querer mais ler e sequer ouvir a mensagem de Jesus Cristo.
O Congresso terminou com uma grandiosa e surpreendendo Caminhada Missionária que reuniu mais de 20 mil pessoas. Partimos alegres do da base do velho presídio da cidade, o lugar estreito do crime e do limite, para o pátio da igreja São José Operário que nos acolheu na celebração eucarística. Uma festa de fé que revigorou nossas entranhas missionárias, um novo Pentecostes para a Igreja de Manaus.
Foi também significativo ver a presença de numerosos jovens que, em comunhão eclesial, ao redor do seu bispo, celebraram alegremente o seu dia. Ali estavam eles e elas, o presente e o futuro da Igreja, caminhando a passos largos, mas juntos, numa sinergia de comunhão e participação. Parabéns juventudes pelo DNJ, parabéns congressistas por este evento maravilhoso, parabéns Povo de Deus que atendeu ao convite de Dom Luis e se fez presente. Como o nosso querido bispo bem disse: “Vamos pra frente sem medo porque Deus caminha conosco”.