FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, Dia do PAPA. Duas pessoas muito distintas, mas crentes em Jesus Cristo. Ambos tiveram experiências diferentes no contato com Jesus, mas dos dois souberam conhece-lo, amá-lo e servir. Aprenderam também a exercer a liderança na comunidade crista querida por Jesus.
No Evangelho de hoje ouvimos a pergunta de Jesus: QUE DIZEM QUE EU SOU? A pergunta de Jesus é feita aos discípulos para saber o que o povo achava dele e de suas palavras. As opiniões sobre ele são diversas, mas nenhuma é real. Hoje também podemos dizer que muitas são as opiniões sobre Jesus. Muitos procuram Jesus porque ele faz milagres e os milagres dão dinheiro. Mas isto não é Jesus. Outros buscam Jesus porque desejam ser poderosos, ter fama e prosperidade, mas isto não é Jesus. Outros ainda o buscam porque desejam uma vida sem problemas e longe das dificuldades, mas Jesus não nos prometeu uma vida mansa, e sim o combate da fé. Por isso Jesus se volta aos discípulos e pergunta: E PARA VOCES, QUEM SOU EU? Então aqui temos uma resposta, uma profissão de fé que agrada Jesus. É Pedro, a pedra, o testemunho fiel que vai responder por toda a comunidade: TU ÉS O MESSIAS, O FILHO DO DEUS VIVO. Havia uma esperança no coração do povo daquela época. A espera do Salvador, do libertador de todos os males, mas Jesus não será este tipo de messias. Seu trono será a cruz, seu testamento será o seu corpo e sangue partilhados, seu ensinamento será o amor a Deus ao próximo como a si mesmo, no entanto, muitos não o aceitaram. Hoje também muitos não aceitam o messias como ele se apresenta. O mundo é feito de força, de violência, de ciúmes e intrigas, Jesus se revela como o homem da justiça de Deus. Suas palavras e gestos nos levam não para a discórdia e a competição, mas para a doação da vida pelos outros, para o serviço.
Aqui entram, então, as pessoas de Pedro e Paulo. Na primeira leitura temos Pedro que está preso, e era o dia dos Ázimos, quer dizer era Páscoa. Aqui temos a Páscoa de Pedro. Seu sofrimento como conseqüência da pregação da Palavra que salva o levou a ser preso, mas Deus o salvará. Toda a Igreja rezava por ele. É a atitude da comunidade cristã solidária com seus pastores, que reza e ama aqueles que o Senhor coloca como animadores. Neles a comunidade vê o Senhor. Mas atenção irmãos e irmãs: todos os ministros e ministras são também pessoas colocadas na comunidade como servidores. Todos merecem nossas orações e acatamento assim como rezamos e aceitamos nossos padres e bispos. É feio, e triste quando uma comunidade não aceita e até rejeita seus ministros leigos e leigas. Quando assim o fazemos estamos negando a vivacidade do batismo que nos faz todos sacerdotes, profetas e reis para servir uns aos outros como o Senhor assim o fez. Pedro representou nos inícios da Igreja a presença do Senhor animando e guiando a Igreja. Hoje é o Papa que exerce esta tarefa.
Na segunda leitura temos Paulo que também está preso e condenado à morte. Ele sabe que combateu o bom combate da fé, quer dizer, sua vida e palavras foram testemunho do seu encontro com o Senhor que o transformou desde dentro e o fez missionário. Paulo sabe e confia no Deus que o livrará de todo mal. A morte nunca vencerá. Para nós cristãos a vida é um combate de fé. Cada dia somos chamados e dar testemunho de uma fé viva, criativa, sem medos, sem duvidas, sem preconceitos, sem prejuízos contra raça, cor ou nacionalidade. Todos somos irmãos e irmãs no Senhor. Ser missionário do reino do Senhor é nossa principal tarefa. E somos missionários no lugar onde estamos, pela força do batismo e de nossa generosidade para com o Senhor.
É assim que Jesus construiu a sua Igreja e as portas do inferno nunca poderão vencê-la. A Igreja presente no mundo é sinal do Senhor ressuscitado que gera a vida. Contudo está na moda hoje em dia praticar uma certa religisiosidade que dá segurança e que resolve nossos problemas, mas não esta ligada a nenhuma religião. Trata-se de uma sociedade que busca a Deus no escuro, tateando sem saber onde o encontrar. Vale tudo e nada satisfaz. A Igreja católica não é um conjunto de normas frias e doutrinas, não. A Igreja católica é uma comunhão de pessoas no Senhor, no messias que hoje está no meio de nós como Palavra, alimento, sacramentos, ministros, comunidades, serviços diversos que nos faz todos irmãos e irmãs. Não é licito, meus caros irmãos e irmãos, vida crista sem a Igreja, assim como não pode haver adesão a Jesus Cristo sem a Igreja. Não podemos cair na tentação de criar uma religião pessoal com suas próprias normas para favorecer nosso comodismo e isolamento. Muitos fabricam a própria religião para fugir da comunidade, dos compromissos com o bem comum. É mais cômodo encher a barriga sem pensar no irmão do que convidar o irmão a sentar-se à mesa para partilhar o pão da vida juntos. A pratica da religião nos leva a ser muito mais do que vizinhos, nos transforma em filhos e filhas de Deus, responsáveis uns pelos outros. O catolicismo é uma religião de universalidade, sem fronteiras, sem pátria porque todos somos convocados vocacionados a ser nesta Igreja sinal do Reino de Deus que inova nossos valores, juízos e cultura. Por isso, hoje, a nossa oferta será um gesto de solidariedade com esta missão universal da Igreja, pois todo o dinheiro ofertado será enviado para o Papa, assim partilhamos da obra missionária da Igreja.
Também queremos lembrar que Pedro nos recorda o Papa. Hoje é o dia do Papa. Pastor universal e sinal da unidade da Igreja. A missão do Papa Bento XVI é de exercer esta liderança na Igreja, de ser servidor, testemunho vivo da presença de Deus que nos une no amor. Viva o Papa e que Deus o proteja sempre!
Que Pedro e Paulo nos ajudem a ser hoje cristãos e cristãs comprometidos com a religião que nos une a Deus porque nos faz irmãos. Louvados seja Nosso Senhor Jesus Cristo.