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FRANCISCO, UM NOME OU UM PROJETO DE IGREJA?

Por Pe. João Mendonça, sdb –

Papa Francisco continua causando muita dor de cabeça, sobretudo nos clérigos, leigos e leigas que se apegaram à lei. Bem diria São Paulo: Ó insensatos filhos da Igreja por que recusais a Francisco? A insensatez de muitos na Igreja chega a doer na alma. Depois da renuncia de Bento XVI, que muitos também não aceitaram, acusando-o de ter descido da cruz, as tempestades contra a barca de Pedro continuaram. Desde a nomeação de Francisco os corações de ultraconservadores palpitam sem cessar.

Por que Francisco está sendo rejeitado por grandes mestres da lei do clericalismo rasteiro? Por que para muitos a figura de Francisco escandaliza e divide a Igreja? Por que alguns preferem a monarquia, o poder divino, a doutrina cega, os gestos cometidos, as roupas pomposas e as festas medievais no Vaticano? São perguntas que chegam de vários corações mais fieis a Jesus Cristo e conscientes da metamorfose social que vivemos, inclusive na Igreja. Somos conscientes de que não é possível manter uma rigidez doutrinal, ameaças de excomunhões, exclusões de fieis, punições e legalismos em nome de Deus. O mundo está cansado de uma imagem de Deus apontando para nós condenando e dizendo o que está certo ou errado. O mundo cansou do deus imóvel, do deus ausente, do deus juiz e cruel. Precisamos do Deus da misericórdia que olha os ossos da humanidade e sopra sobre eles dando vida plena. Precisamos do Deus de cujo coração brota profetas, sacerdotes, reis e rainhas.

Francisco não é apenas o nome de um papa moderninho, não! Francisco não é um papa moderno. Ele é um homem religioso que toca a carne da humanidade migrante, faminta, que se afoga nos mares, que foge das guerras, enferma, sedenta de Deus. Francisco é profeta da bondade de Deus num mundo dividido em discórdias, inclusive dentro da comunidade eclesial. Ele encontrou uma Igreja ferida pelos escândalos sexuais, financeiro, de governo e de omissões. Veio da periferia do mundo e trouxe a periferia para dentro do centro europeu, da Igreja centralizada e começou a descentralizar, a romper interditos, a propor uma nova forma de ser próximo, fraterno e solidário. Assumiu Aparecida como seu projeto de missão como bispo de Roma e de toda a catolicidade. Trouxe para seus pronunciamentos teólogos, pensadores modernos, filósofos e recuperou a credibilidade da voz das Conferencias episcopais, orientou a escolha de novos bispos que devem ser homens com “cheiro do povo”, normais, simples, próximos, pastores de fato.

Tudo isto e muito mais causou espanto, medo, insegurança e um profundo mal estar naqueles que desejam uma Igreja que se comunica por decretos, encíclicas, exortações e que fala um idioma que poucos entendem. Estes não aceitam que as consultas para realização dos Sínodos seja mais aberta e participativa; não aceitam que as opiniões sejam debatidas, que as culturas se manifestem no corpo da catolicidade; não aceitam que há princípios anacrônicos que precisam ser revistos; não aceitam que a Igreja deve ser a casa comum que acolhe seus filhos, que respeita as diferenças e que guia a todos ao encontro de Jesus, o verdadeiro mestre da verdade.

Francisco não tem medo! Ele sabe que na barca de Pedro há incrédulos e crentes, idolatras e verdadeiros adoradores em espírito e verdade. Ele sabe que a solidão de um papa intocável não está no desejo de Deus que quer seus pastores segundo o Seu coração. O povo de Deus, sobretudo aqueles inseridos nas comunidades, nas pastorais e movimentos estão em sintonia com Francisco. Preferimos errar com ele, se for o caso, do que acertar sem ele. Pedro tem a chave para abrir e fechar e nós queremos permanecer com Pedro na contemplação do ressuscitado, puxando a rede para a praia e comendo com ele o pão e o peixe cotidiano no silêncio do nosso coração que reconhece nele o mensageiro do Senhor da vida. VIVA FRANCISCO!

 

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