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Finalidade da vinda de Escravos para o Brasil

Brasil teve seu processo de desenvolvimento econômico, propriamente, o enriquecimento dos grandes capitães, Senhores do engenho e donos de grandes plantações cana de açúcar, de café e criação de gado. Em nome do progresso e da conquista reduziram homens e mulheres, negros e negras a condição de animal irracional que só serve para o trabalho pesado. Negando lhes a dignidade de pessoas, podem transportá-los com animais e obrigá-los a trabalhar sem direito ao usufruto do próprio trabalho.

A finalidade da vinda de Escravos ao Brasil

O Brasil construiu sua economia desenvolvimentista a partir do trabalho escravo indígena e negro. A entrada dos escravos no Brasil visava substituir a mão de obra indígena, uma vez que os índios eram considerados frágeis e inábeis para desenvolverem trabalhos pesados.

Os negros provindos de vários lugares da África chegavam ao Brasil já numa situação desumana acarretada pelas más condições e maus tratos durante a viagem. Ao entrar no território brasileiro os negros já tinham seu destino traçado pelos seus possíveis donos. Eles eram encomendados e negociados como animais para fazerem trabalhos pesados. Eram tratados como objeto de compra e venda e como animais para o trabalho:

A entrada de escravos no Brasil está diretamente associada à plantação do açúcar. Trata-se do cultivo de um produto de alto valor comercial, na época, que exigia numerosa mão-de-obra. Após a fracassada tentativa de utilizar o braço indígena, surge a “necessidade” de trabalho compulsório e a “lógica” solução – aliás já experimentada em outros territórios lusos – seria o africano. Dessa forma, a escravidão negra torna-se o pilar básico de sustentação da sociedade açucareira e, por extensão, de toda a Colônia Portuguesa da América (CRISTIANO; 2002, p. 108).

Os negros chegaram ao Brasil para suprir um problema social – substituir a mão de obra indígena – e; um problema econômico – garantir o lucro dos grandes plantadores de açúcar e dos senhores de engenhos.

A finalidade da entrada dos negros nas terras brasileiras, até então desconhecidas para eles, era marcada pelo desnudamento do ser humano presente naqueles homens e mulheres negros e negras vindas de lugares tão distantes para fortalecer o colonialismo selvagem. A escravidão era tida como necessária à estrutura econômica do Brasil. Esta visão não simplesmente defendida pelos senhores de engenho, mas também, por pessoa da própria Igreja. Posição esta, que depõe contra a Caridade Evangélica e vai contra a dignidade da pessoa humana defendida pela teologia cristã. Eis o que disse o Pe. João Antônio Andreoni:

Os escravos são as mãos e os pés de senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível fazer conservar e aumentar fazenda, nem ter engenho corrente. E do modo como se há eles, depende tê-los bons ou maus para o serviço. Por isso, é necessário cada ano comprar algumas peças e reparti-las pelos partidos, roças, sesmarias e barcas (in. CRISTIANO; 2002, p. 110).

De certa forma, os negros foram tidos como “cobaia da economia brasileira”. Eles acaram com as conseqüências de problemas que não eram deles. Vieram de tão longe para pagar dívidas alheias e foram consideradas peças de uma engrenagem defeituosa à disposição de seus donos. Pessoas humanas sem valor humano. O valor da dignidade foi substituído pelo valor comercial cujo objetivo único é proporcionar lucro.

A comercialização de escravos tornou-se uma fonte de renda, eles eram analisados conforme a saúde, o estado físico. Os negros eram encomendados, vendidos e marcados como se fosse gado. As mulheres eram avaliadas a partir das condições para procriar e dar leite. Exagerando, “não havia diferença entre a mulher e uma vaca”. É entristecedor a participação de cristãos nas negociações de escravos. Negociações essas que reduzia o ser humano a um objeto qualquer de valor comercial. Percebe-se um obscurecimento da consciência cristã da época.

A escravidão é conseqüência de uma mentalidade provinda do sistema capitalista mercantil que visa o lucro a qualquer custo. Em relação a prática da escravidão, o sistema capitalista mercantilista contava com a mentalidade corrente e defendida pelo projeto Colonial Luso de que as raças inferiores devem ser escravizadas em prol do lucro advindo das exportações de negros. Tal mentalidade irá perdurar até (e no) período do império.

O escravismo é, portanto resultado decorrência lógica e racional do regime adotado, o que não significa ausência de outras saídas. Tratava-se de uma situação conjuntural construída e conservada por aqueles que queria viver tranquilamente no Brasil. Refletindo sobre essa questão, o autor afirma: “A opção não era: ter ou não ter escravos no Brasil, mas sim: ter escravos ou não viver no Brasil, pelo menos não viver dentro do sistema colonial estabelecido no Brasil” (CRISTIANO; 2002, p. 110).

Contudo, a situação econômica não pode justificar a exploração do ser humano a ponto de torná-lo objeto. Mas, foi exatamente o que aconteceu no Brasil. A ânsia pelo lucro e a necessidade de mão de obra trouxe para o Brasil, negros de vários lugares da África para ser exercer trabalho escravos cujo objetivo era manter o sistema colonial.

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