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EPPURE, SE MUOVE!

Um das tendências das culturas e do processo histórico de hoje é de viver em permanente mudança. ”Nada do que foi será” (cantava um bardo). Na Igreja, durante décadas ou séculos, foi muito útil e benéfico, viver nas mesmas estruturas, cantar os mesmos cantos, propor as mesmas preces, caminhar nos mesmos paradigmas.A Cristandade tinha e dava consistência. Assim se firmou a Tradição que, aos poucos, em muitas crenças e em muitos corações, deixou de ser raiz fundante, para ser fixação, conservação, até quase se fossilizar. Mudaram as perguntas e as respostas continuaram as mesmas. Ficamos com as vestes dos valores, mas sem conseguir revesti-los com novas expressões, compreensíveis e motivadores para as novas culturas. Esta imobilidade pode ter alimentado aquele Relativismo que pulveriza tudo e todos.

A CRB sentiu este desafio: iniciou um processo de revisão de suas estruturas de animação. Todos os regionais do Brasil partiram para a mesma busca. O que, por mais de cinqüenta anos, funcionou animando, já dava sinais de estar desanimando. O que acelerou, já dando sinais de desaceleração e acomodação. Ela então partiu para um processo de reflexão buscando a agilidade que favoreça a constância do testemunho profético em tempos de mudanças vertiginosas. Um dos últimos impulsos veio do Seminário sobre a VRC , em Fevereiro de 2012: “Vida Religiosa: a loucura que Deus escolheu para confundir o mundo”.

Em Manaus, cerca de 70 religiosas e religiosas de 30 Congregações diferentes e vindas de vários núcleos do Regional Amazonas Roraima, se reuniram nos dias 20 e22 de Abril, para refletir sobre esta “pedra no meio do caminho”. Hoje, há uma estrutura de animação que se fragmenta diante dos desafios das imensas distâncias e do isolamento em que vivem os e as consagrados. Uma organização que se sente ineficaz, pesada, sem alcance. Já não é possível continuar com o modelo escritorial de animação em detrimento da animação da mesma Vida Religiosa Consagrada. A Amazônia imensa corroendo a CRB com uma animação concentrada em Manaus, com compromissos e reuniões que se chocam entre si, sobrecarregando os mesmos alguns e algumas, que se tornaram tarefeiros. É urgente não ter um único modelo de organização. A mesma CRB, em processo nacional, resolveu partir à busca de um modelo de animação em estruturas mais simples, mais ágeis. Em Manaus, a CRB regional pensou fortalecer os grupos de reflexão já existentes, organizar e desencadear novos grupos e se organizar em modelos mais circulares e descentralizados de animação. Num mundo em mudanças, de jovens em mudança, de paradigmas pastorais em mudança ( mesmo que alguns teimem em se manter ou reverter o processo), urge descentralizar, agilizar a animação, compartilhar a vida e os recursos, garantir a circularidade das decisões, desencadear maior participação. Dois modelos de reestruturação organizacional foram apresentados e votados no dia seguinte. A caminhada deu mais um passo.

A Congregação Salesiana também sente o mesmo desafio e no próximo Capítulo Geral irá refletir sobre ele. Muitas de nossas atuais estruturas de animação conseguem a manutenção, mas sentem muitas dificuldades para a animação. A configuração vertical e concentradora pode estar, sem querer, acentuando os desafios como o do distanciamento dos jovens. Os passos já estão na estrada. O apelo de uma “animação interdicasterial” nos provoca desde o Capítulo Geral 26 (cfr. Deliberações Capitulares, números 117-118). O Reitor Mor em algumas de suas últimas circulares ( cfr. ACG 407 e 410) desencadeou novamente o esforço de caminhada mais integrada entre os Dicastérios de Pastoral Juvenil, das Missões e da Comunicação Social. Acontecem ensaios. Pois ainda resiste o modelo de cada Dicastério caminhar em seu próprio trilho. A mesma reflexão capitular nos despertava com provocativas expressões como “Processos a ativar em vista da mudança”( retomar os números 7,31,85,104). O esquema indicado foi assinalado com expressões como “De… a…”. Olhando bem, nos foi reproposto o caminho do Êxodo: Passar de… para… Mas, já desde antes, durante e depois deste indicativo, muitos nos perguntávamos: mas o que é mesmo este tal de processo? Virou moda falar em processo. Palavra mágica. Mudou o discurso, mas permaneceu a antiga metodologia. Há uma sensação de que, mesmo falando em processo, aquele exodal, muitos podemos estar alimentando um “processo de manutenção”, a renovada repetição de antigos passos. Desdizemos o bardo: “O que será é o que foi”.

Na nossa mesma Congregação, o Pe. Egídio Viganó acenava para a necessidade de uma similar reflexão em relação ao Sistema Preventivo. Nestes nossos dias, o Dicastério da Pastoral Juvenil envia um instrumento intitulado: ”O Repensamento da Pastoral Juvenil Salesiana”. Nele, encontramos provocações como: Achamos que nossas atividades atuais estão respondendo com realismo às necessidades, às expectativas e aos desafios dos jovens e do povo do território a que Deus nos chamou a trabalhar? 

Na ISMA, em Março 2012, houve uma primeira reunião conjunta das três Comissões, (Pastoral, Missões, Comunicação) mas ainda com alguns resquícios de trilos mais próximos, mas ainda em justaposição. Foi o germinal passo de um longo processo de partilha rumo à consistência de inter-relação pastoral. Nosso primeiro ensaio. Já incomoda continuar como foi. A força de nosso Carisma alveja sonhos mais altos e mais além, “águas mais profundas”. As necessidades dos jovens já estão lá na frente, nos esperando, nos espreitando: “os teus sonhos irão muito mais além de onde já chegaram”. 

Quatro salesianos e cinco salesianas ( representando as duas Inspetorias) somaram na construção da proposta da CRB regional. Certamente um esforço que poderá também iluminar nossas inspetoriais estruturas de animação em âmbito amazônico, a nível central e de Áreas. Redizer é preciso. Relançar é vital. Os rios continuam crescendo a cada dia e não podemos nos permitir acordar já com a casa alagada. Isto, num jargão de batalha, tem um nome: recuar. O que para Dom Bosco não cheirava bem. E, muito menos, anda no horizonte da Ressurreição.

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