Por Padre José Ivanildo de O. Melo, sdb/Diretor da Pastoral Universitária – FSDB/Manaus
Entre os dias 03 e 05 de setembro acontece em São Paulo/SP, no Centro Universitário Salesiano, Campus Pio XI, o Encontro de Pastoral das Instituições Salesianas de Educação Superior da América (IUS-América).
Sete países (Brasil, Chile, El Salvador, Guatemala, Equador, Bolívia, México) participam do encontro, representando 14 instituições de ensino, sendo 8 delas no Brasil. As instituições salesianas na América somam mais de 88 mil alunos e tem experimentado um crescente aumento. A pastoral é composta por 192 pessoas, sendo 175 leigos e 17 salesianos. Estes números, apresentados pelo Pró-Reitor de Extensão, Ação Comunitária e Pastoral da UNISAL/SP, Antônio Wardison, nos indicam o tamanho da riqueza das IUS/América e o desafio do trabalho à frente de um setor tão importante na seguridade do carisma salesiano e no auxílio à formação integral da comunidade educativa.
A primeira conferência do encontro – Concepção de Pastoral Universitária, proferida pelo Ir. Mario Olmos, sdb, Reitor da Universidad Don Bosco/El Salvador, e Coordenador Geral das IUS/América, ajudou-nos refletir sobre os conceitos e passos a serem dados na efetivação de uma pastoral orgânica, transversal que abrace a totalidade universitária. “Não é possível criar uma pastoral forte, sem que os diretores, professores, tenham clareza do que significa a pastoral”.
Não se trata somente de ter esquemas prontos, mas de ter uma abertura de consciência para desenvolver e amadurecer o desenvolvimento da instituição onde se está, de uma ação que “se entende como ação da Igreja, continuação da ação de Cristo”. Os diversos modelos até o momento em uso (tradicional, comunitário, evangelizador, libertador), tendem a focalizar-se em um ponto de vista, perdendo muitas vezes a capacidade de dialogar e valorizar as ricas experiências que se intercambiam.
Neste percurso de construção da Identidade Pastoral Universitário não podemos prescindir o ensino a Igreja, por isso é necessário conhecer os documentos basilares deste campo. Os principais apontados remontam a São João Paulo II (1990) – Ex Corde Eclesiae, sobre a Identidade da Universidade Católica; Congregação para a Educação Católica (1994) – Presença da Igreja Católica e da cultura universitária; além de tantos outros textos e pronunciamentos do CELAM.
Destes documentos surgem critérios claros, que precisam ser garantidos no serviço pastoral, resumidos em três preocupações – a pastoral não é atividade, é uma dimensão que deve abraça a totalidade de instituição; é serviço evangelizador em suas funções específicas universitárias – ensino, pesquisa e extensão; concretiza a identidade e missão católica, por isso não pode ser uma área a parte.
Para a Organizar a Pastoral Universitária, Antônio Wardison, pontuou que é preciso, entretanto, combinar o sentido de presença da Igreja na universidade, com o Quadro Referencial Salesiano – Patrimônio Pastoral Salesiano, instrumento guia para programação e avaliação. É necessário relacioná-lo com o Plano Orgânico Inspetorial (POI), como PEPS, pois estes textos apontam as perspectivas inspetoriais e locais das instituições salesianas.
O texto do Dicastério para a Pastoral Juvenil Salesiana – Orientações para a Pastoral nas Instituições Salesianas de Educação Superior, representa uma contribuição importante que ficará cada vez melhor graças à colaboração de todos. Um critério pastoral importante do documento é a preocupação com as atividades acadêmicas, encarnadas, integradas com a fé, onde a equipe de Pastoral torne-se uma instância de gestão responsável por conduzir uma universidade em estado de pastoral.
Uma pastoral que age com esta ambição terá que criar um ambiente educativo, acompanhar pessoas e grupos. Tarefa exigente que cobrará das Instituições elaborar um claro “perfil do animador de pastoral”, capaz de operacionalizar a pastoral. Refletir e propor ações a partir das realidades, evitando assim a superficialidade de análise ou que nada tenham a dizer as reais necessidades locais. Formar, acompanhar, socializar experiências pastorais com os professores e acadêmicos para que entrem em contato com a experiência e não somente coma “ideia” de pastoral. Elaborar propostas inclusivas, onde os diversos setores da vida acadêmica participem, é um fator decisivo, refletiu o conferencista Roberto Damas, coordenador de pastoral da Universidad Don Bosco/El Salvador.
Na programação constam ainda trabalhos em grupo sobre as dinâmicas de elaboração do Plano Pastoral, Perfil do Coordenador de Pastoral, workshop`s, celebrações eucarísticas e partilhas variadas.