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Dom Bosco: uma opção, uma vida!

Corriam os anos 1835-1841. O jovem João Bosco está no seminário de Chieri, cidade da qual se originaram os Boscos. Era evidente nele o desejo de ser padre; aliás, desde de pequeno este desejo já era manifesto, segundo testemunho do padre Julio Barberis e outros salesianos que conheceram Dom Bosco.


Contudo, na mente daquele seminarista surgia uma pergunta, acompanhada de incertezas sobre o significado vocacional de sua vida. A questão era: que tipo de padre ele seria? O que iria fazer?

A questão é importante. A origem de João Bosco nos ajuda a entender esta crise. Ele vinha de uma família de analfabetos camponeses emigrantes, que buscavam na terra o trabalho e a sobrevivência. Um camponês não tinha cidadania. João não manifesta nenhum tipo de vergonha desta origem, mas rompe com o círculo determinista deste sistema social. Começa a estudar com dificuldade em Capriglio, aos 9 anos, com padre José Delacqua. O grande momento foi a sua primeira comunhão aos 11 anos, que para um camponês já era muito. Dali pra frente contava muito à sorte. Em seguida João encontra o padre Calosso que o ajuda nos estudos; depois deixa a casa materna. A luta para sobreviver e estudar é titânica, mas o menino tem o apoio da mãe. Entre os filhos que tem Margarida João é o escolhido para deixar de uma vez a casa. No fundo era também uma maneira de sobreviver num período de escassez e fome. Depois de retornar à casa mais uma vez ele parte para uma nova aventura.

No seminário, ele começa a entrar em contato com a cultura, com as novidades. Ser padre naquela ocasião era conquistar um status social, ainda mais se tivesse a chance de obter o titulo de Teologia que o Estado dava, assim se tornava profissional de teologia epodia ganhar dinheiro, prestígio e conforto. Por isso que mamãe Margarida vai dizer: ”João se você ficar rico não entro na tua casa”.

João Bosco não queria ser um padre apenas. Muito menos um padre rico e bem sucedido. Ele vinha do campo e não da nobreza. Seu sonho era romper com toda forma de miséria, simbolizada sobretudo, no analfabetismo. Toda a formação recebida de mamãe Margarida era para ele como um tesouro religioso, humano e social. No meio dessa crise, estava o sonho dos “9/10 anos”, de 1825. Um sonho que ele não deu atenção, seguindo o conselho de sua avó. Mas, nos momentos da decisão, ele se voltava ao sonho comoum marco de referencia para sua vida. No coração daquele jovem de fé, estava posta uma crise existencial vocacional, a mais profunda de toda a sua vida.

Depois de ordenado em 05 de junho de 1841, ele começa um processo de decisão carregado de angústia. E agora, o que vai fazer? Segundo relatos e a reflexão feita pelo Papa Pio XI na encíclica Mens Nostra de 1924, a opção de Dom Bosco que definiu sua vida como padre dos jovens, dando o verdadeiro significado para seu ministério, aconteceu depois do retiro espiritual de 1844, com a ajuda espiritual de Dom Cafasso. Com as visitas às prisões de Turim e o contato com os jovens condenados a morte, Dom Bosco sente que sua vida está marcada para ser padre dos jovens pobres, abandonados e em perigo. Ele vai investir na vida daqueles meninos e com eles romper o círculo que os condenava a marginalidade e exclusão social, nas formas da pobreza e do analfabetismo.

O que representou mamãe Margarida para ele na sua infância como presença religiosa, mantenedora do lar e referencial de comunhão familiar unindo a sogra, Margarida Zucca; Antonio José, filho do falecido marido Francisco Luiz; José Luis e João Bosco, filhos dela com Francisco, vencendo os problemas econômicos e as incompatibilidades, fizeram de Dom Bosco um homem de fé profunda e de grande ousadia. Por isso ele vai ser proposta de vida, estudo, religião e cidadania para os jovens de Valdocco.

A opção de Dom Bosco e sua vida tiveram impacto sobre toda a obra por ele iniciada e o amadurecimento do sistema preventivo. Um sistema educativo que vinha de outras escolas da época, mas que em Dom Bosco recebera um diferencial próprio; o contado direto com os jovens no oratório, nas relações interpessoais de confiança, no lazer e trabalho como meios de garantir a cidadania. Tudo isto tem grande significado para nós hoje, diante do apelo do DA MIHI ANIMAS, TECERA TOLLE. O que poderia ser questionadoem nossas vidas a partir deste contexto opcional de Dom Bosco?


1. Nosso lugar social e religioso: onde estamos inseridos hoje? Quem são os jovens com os quais trabalhamos? O que propomos aos jovens?


2. Nossos oratórios: Que significado tem hoje o oratório? Que lugar ele ocupa em nossas vidas? Parece que houve um rompimento no sentido do oratório e no próprio sistema preventivo quando assumimos historicamente as escolas. Dom Bosco fez uma opção preventiva para atender ao menino carente. Hoje os carentes estão na grande maioria nos poucos espaços dos oratórios; enquanto as estruturas escolares atendem aos que podem pagar. O oratório virou sucata?


3. A formação: como estamos formando as novas gerações de salesianos? Eles têm contato direto com os jovens pobres em perigo social? Dom Bosco queria os formandos no pátio aprendendo junto com os meninos. Será que nossos formandos têm vergonha de suas origens? Conseguem valorizar o que aprenderam em casa? Trazem como referência a família? Como envolvemos as famílias dos formandos no processo?


4. Nossas opções: As opções de impacto de Dom Bosco mexem também com nossas vidas de religiosos e padres? Com quem temos gosto de trabalhar? Quais são nossas amizades? Que lugar ainda ocupa os jovens em nossas orações? Nos bens que adquirimos? Nos lugares que freqüentamos? No estudo, trabalho e cotidiano?



5. Nossa pertença: Como avaliamos nosso sentido de pertença a uma comunidade local, inspetorial e mundial? Como sentimos a Família Salesiana em nosso agir e fidelidade a Dom Bosco ou será que não conta?


6. Os jovens: Se é verdade que o lugar teológico onde nós encontramos a Deus são os jovens e seu mundo; como avaliamos nossa presença nos contextos juvenis? Que tipo de solidariedade temos para com os jovens: suas alegrias e esperanças, lutas e fracassos?



A revolução espiritual que o DA MIHI ANIMAS pode provocar em nós é muito maior que um tsunami. Algo está sendo germinado. Dom Bosco quando escreve as Memórias do Oratório retorna às suas origens e faz uma leitura de fé tanto do passado quanto do futuro, por isso não podemos pensar num retorno às origens sem passar por este dinamismo afetivo e existencial.



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