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Discurso de abertura da Assembléia Paroquial de Iauaretê – 23/04

Iauareté/AM – O Plano de Deus: o que Deus planejou para nós

A Vontade de Deus expressa em de Jesus é que todas as pessoas se salvem e tenham vida plena (“eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” Jo 10,10). Daí a importância do anúncio explícito do Evangelho cujo centro e ele próprio é Cristo Jesus. Isso significa que Jesus é o anunciador e o próprio Anúncio, o evangelizador e o próprio Evangelho. O plano de Deus plenificado na pessoa de Jesus de Nazaré ressuscitado dentre os mortos se realiza na vida concreta do mundo, da Igreja e das pessoas. Apesar dos contra tempos e dos contra testemunhos dos seguidores de Cristo Jesus o Espírito continua agindo, pois o rebanho é do Pai e nós trabalhamos na vinha que o Pai confiou ao seu Filho.

A ação missionária da Igreja nasce do próprio mandato de Jesus e é conduzida pela ação do Espírito do Cristo Ressuscitado. O Evangelho de São Mateus no diz que Jesus depois da sua ressurreição aparece às mulheres e pede que elas digam para os discípulos irem à Galiléia para encontrarem-se com Ele (cf. 28, 10). Intrinsecamente ligado ao encontro com Cristo Ressuscitado brota a missão dos Apóstolos de anunciar o Evangelho a todas as pessoas. O evangelista Mateus confirma essa verdade dizendo: “Jesus se aproximou deles e disse: (…) Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (16,18-20).

O próprio Jesus quando andava com seus discípulos havia prometido que após a sua volta para junto do Pai enviaria o Espírito Santo paráclito para confirmar seus discípulos na fé e ajudá-lo a observar tudo o que lhes havia ordenado. “Eu vos tenho dito essas coisas enquanto estou convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito” (Jo. 14,25-26). As primeiras comunidades fizeram a experiência de viver sobre a ação do Espírito do Cristo Ressuscitado e a Igreja viva da certeza que é o Espírito Santo que conduz a sua ação missionária.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) convocado pelo Papa João XXIII despertou a consciência da Igreja para a ação do Espírito Santo. Este evento abre as portas da Igreja para o mundo. A constituição Gaudium et spes nos diz que a Igreja se preocupa com o ser humano. “As alegrias e as esperanças dos homens e mulheres de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos discípulos de Cristo (n.1) Nesta tarefa os seguidores de Jesus é guiado pelo Espírito Santo para se colocarem a serviços dos homens e mulheres do nosso tempo. Cabe a Igreja perscrutar os sinais dos tempos e interpretar-los à Luz do Evangelho (cf. n 4).

“O Concilio reunido por Cristo, dando testemunho e expondo a fé do povo de Deus, manifestar sua união, atenção e amor para com toda a família humana em que se acha inserido. A melhor maneira de fazê-lo é abrir um diálogo com todos os seres humanos a respeito de nossos problemas comuns, recorrendo à luz do Evangelho e se colocando a serviço do gênero humano, com as forças salutares que a Igreja, conduzida pelo Espírito Santo, recebeu de seu fundador” (n.3).

Seguindo as orientações e inspirações do Concílio Vaticano II a Igreja presente na America Latina, centrada na Pessoa do Ressuscitado, volta seu olhar para os pobres e marginalizados que clamam por justiça e convida todos os batizados a se empenharem no anúncio do Evangelho visado a construção de um mundo justo e fraterno. Nos documentos de Medellin, Puebla, Santo Domingos e recentemente o de Aparecida sobressaem à preocupação da Igreja com: a) os pobres (opção preferencial) e as várias dimensões conseqüências da pobreza; b) com a inculturação do Evangelho a partir da consciência de que Verbo já se encontra em todas as culturas antes mesmo da ação da missionária da Igreja; c) com dignidade do ser humano através da promoção e defesa da vida desde o útero materno; d) com a promoção da paz e da justiça social. Poderíamos citar muitas outras preocupações da Igreja presente nestes documentos, mas é importante afirmar que ambos têm com eixo orientativo e fundante a centralidade da Pessoa Jesus Cristo e da Palavra Deus.
Vamos nos deter um pouco no documento de Aparecida e averiguar quais são as luzes que ele traz para ação missionária da Igreja. Em continuidade com as outras Conferências Gerais do Episcopado Latino americano este retoma o método ver, julgar e agir (o que eu considero um ganho), possibilitando fazer uma análise interpretativa e compreensiva relevante da realidade da Igreja na America Latina sem perder o enfoque da fé, isto é, deixando orientar-se pelos valores do Evangelho. Trocando em miúdo, o que o método ver, julgar e agir propõe: 1º) Olhar a realidade tal como se apresenta a nós à luz da Divina providência; 2) julgar a realidade segundo a pessoa de Jesus Cristo e; 3) atuar a partir da Igreja (povo de Deus, Corpo Místico de Cristo e Sacramento de Salvação Universal) (cf. doc de Aparecida n.19).

O documento de Aparecida acentua a necessidade dos Cristãos católicos se tornarem verdadeiros discípulos e missionários de Jesus a fim de que o anúncio do Evangelho possa chegar a todas as pessoas, especialmente naqueles lugares de difícil acesso, tais como: as periferias das grandes cidades e lugares afastados dos grandes dos centros urbanos. Constituem parte integrante desde anúncio a defesa da vida e promoção da dignidade humana, a preocupação com as minorias éticas, o diálogo ecumênico, a inculturação do Evangelho, a revalorização da devoção popular. Os bispos constataram que muitos de batizados (as) encontram-se afastados da Igreja e propõem à re-evangelização dos Batizados como campo de missão. Para que o anúncio do Evangelho encontre espaço na vida das pessoas é preciso que os cristãos dêem testemunhos de sua fé e que a Igreja possa revitalizar o sentido de comunhão eclesial superando assim os conflitos internos.

Em sintonia com a Igreja, nós salesianos, procuramos nos orientar também pelas diretrizes gerais dadas pela nossa congregação. O Capítulo Geral 26 dos salesianos com o tema “Da mihi animas, Cetera tolle” nos apresenta um itinerário de crescimento e amadurecimento da nossa ação pastoral como discípulos e discípulas do Cristo Ressuscitado a partir da tríade: o chamado de Deus, a situação e as linhas de ação. Esse esquema pressupõe três perguntas fundamentais: 1) qual é o chamado de Deus para nós hoje?; 2) para qual situação Deus nos chama?; 3) em resposta ao chamado de Deus e diante daquilo que a realidade nos apresenta como desafio para o anúncio do Evangelho que linhas de ação iremos propor?. Não há, portanto, contradição entre o método presente no CG26 e o método ver, julgar e agir do documento de Aparecida, mas uma complementaridade. Na verdade são duas lentes de um mesmo óculo.

Os temas presentes no CG26 que tratam da: a) preocupação da evangelização e amadurecimento da fé dos jovens (partir de Dom Bosco para retornar aos jovens) partir de Dom Bosco para retornar aos jovens; b) urgência de evangelizar; c) necessidade de convocar estão em plena sintonia com a proposta de evangelização presente no documento de aparecida e com o mandato de Jesus: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura!”(Mc 16,15).

Consciente de que todos nós batizados somos chamados a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus sendo sinais e portadores do amor de Deus a todas as pessoas, especialmente, da Paróquia de São Miguel Arcanjo (Iauaretê-AM) nos apropriaremos do método apresentado pelo CG26, mas com a certeza de que é o Espírito do Cristo Ressuscitado que conduzirá os trabalhos desta nossa assembléia e nos apontará novos caminhos de ação.

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