O último dia do Congresso, 06 de janeiro, foi dedicado à apresentação das dezenas de linhas de ação propostas pelos grupos de trabalho durante os dias anteriores. Ao final houve o discurso conclusivo do reitor-mor. Contudo, iniciamos a jornada vendo mais um documentário de uma experiência significativa de promoção dos direitos humanos, dessa vez vindo da cidade de Calcutá, na Índia.
O coadjutor, Mathew Thaiparambil, da inspetoria de Calcutá, apresentou um vídeo sobre a promoção da mulher através da inclusão de meninas adolescentes na educação profissional naquela cidade profundamente marcada por contradições econômicas. Disse que: “a promoção dos direitos humanos por nós quer dizer, também, dentro dos desafios dos nossos contextos, preocupar-nos com a promoção com os direitos da mulher. Na Índia a relação entre homem e mulher é muito desigual. Trata-se de um grande desafio. Isso é uma questão profundamente cultural onde a mulher é submissa ao homem e em vários contextos lhe é negado também o direito à educação paritária. Nós Salesianos seguindo o exemplo de Jesus Cristo diante da mulher, considerando a sensibilidade de Dom Bosco e os conselhos de madre Teresa que certa vez visitou a nossa obra, abraçamos o desafio de acolher também as meninas nos cursos de educação profissional em nossa obra. Esse trabalho requer também o acompanhamento das famílias que se alegram com isso. São iniciativas como essa que colaboram para que os cristãos sejam perseguidos e até assassinados em algumas regiões da Índia, porque são sensíveis aos direitos humanos. Por isso devemos estar preparados para acolher o sofrimento como conseqüência.”
Na apresentação das dezenas de propostas finais pelos secretários de cada grupo, percebemos alguns temas insistentes tais como: a formação da Família Salesiana e de todos dos educadores que são convocados a adquirir uma postura mais sensível à promoção, tutela e defesa dos DH; o trabalho em forma de rede (envolvendo os grupos da FS e demais atores presentes no mesmo território); a sensibilidade em relação à realidade no qual nos situamos; o aprofundamento do Sistema Preventivo em sua carga humanitária (pressupostos antropológicos e teológicos); a revisão do nosso estilo de vida (conversão), a qualidade das nossas relações humanas; a comunicação, partilhar as experiências… etc.
No discurso conclusivo o padre Pasqual Chaves manifestou sua alegria pelo desenvolvimento do Congresso e suas significativas propostas. Em sua mensagem final propôs aos congressistas escolhas estratégicas para o futuro. Dentre tantas citamos:
• Aprofundar a relação entre Carisma Salesiano e Direitos Humanos: do carisma salesiano brota uma profunda responsabilidade para com a promoção dos direitos humanos, esse é um patrimônio maravilhoso que a FS tem em suas mãos.
• Investir na qualidade da Educação: “só a educação pode promover um mundo novo (…) a educação é o meio mais radical para remover as causas que impedem tal promoção. Trata-se de uma educação que vai ao encontro dos “últimos” e não se desenvolve se não for de modo integral. Diante de tantos desafios, somos chamados continuamente a reavaliar a qualidade das nossas propostas educativas e do nosso modo de atuar”.
• Atenção à reciprocidade frutuosa entre Sistema Preventivo e Direitos humanos: sistema preventivo e os direitos humanos interagem entre si e se enriquecem mutuamente. “Como crentes podemos dizer que o sistema preventivo oferece aos direitos humanos uma antropologia que se deixa inspirar pela espiritualidade evangélica e vê como fundamento dos direitos humanos o aspecto ôntico da dignidade humana (que pertence ao seu ser) que não faz nenhuma distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outro gênero, de nação, de riqueza, de nascimento ou qualquer outra conclusão” (Artigo 2 da declaração Universal dos Direitos Humanos). “Não podemos de forma algum estar com os jovens, sem promovermos os seus direitos”. (…) “Somos convidados a celebrar a liturgia dos direitos humanos”. (…) “A reciprocidade entre sistema preventivo e Direitos humanos nos oferece a possibilidade do trabalho em rede com muitos outros atores que promovem a dignidade humana. É em forma de rede que devemos hoje enfrentar os problemas que atentam contra a dignidade humana”.
• Distinguir Missão, obra, atividade e sistema preventivo: “É necessário sempre fazermos uma clara distinção entre Missão, atividade etc. Nossa missão é e será sempre a mesma; mas as atividades mudam de acordo com os contextos onde estamos inseridos. É possível promovermos atividades significativas, sendo fiéis à nossa missão, mesmo sem obras (sem estruturas físicas). O sistema preventivo é a nossa metodologia de atuação, a nossa paixão, nosso jeito de agir. Is