CONGRESSO INTERNACIONAL: DOM RUA 4 – Sem dúvida uma das caraterística mais importante no contexto histórico mundial no qual o beato Miguel Rua conduziu como Reitor-Mor a Sociedade Salesiana, é o rápido, amplo e significativo desenvolvimento que se deu em todos os campos científicos e culturais em geral, por isso este foi um dos temas presentes nas reflexões.
Ler a obra de Dom Rua e da Congregação salesiana em relação a este tema é muito mais do que uma curiosidade histórica: nos da a possibilidade de apreciar a posição destes filhos de Dom Bosco diante dos desafios da sua época. Imerso nas situações seculares, a dimensão científica e cultural ocupa, no tempo de Dom Rua, uma expansão que faz com que seja inevitável um dialogo com a realidade secular, exigindo uma clara posição da parte da Congregação. Desta forma Miguel Rua, nas suas decisões e orientações, entre as tantas preocupações que tinha que enfrentar, assumiu o desafio de colocar em relevancia a dimensão científica, enquanto formação dos salesianos, como um campo no qual os salesianos podiam se impenhar plenamente.
Dom Rua insistiu fortemente em prol da formação dos Salesianos para que tivessem uma competencia cultural e uma formação específica a nível científico e em prol de alguns que pudessem fomentar este aspecto nas várias regiões da Congregação. Estas indicações diretas de Dom Rua foram assumidas em modo particular por Dom Luigi Lasagna, pois motivado pelas necessidades do contexto no qual trabalhava (Brasil e Uruguai) marcado por um forte processo de secularização, procurou favorecer fortemente a formação específica de salesianos que pudessem ser uma referência no meio dos outros irmãos e casas onde estivessem. Nas troca de cartas entre Dom Lasagna e Dom Rua é explícito como a dimensão científica era considerado um campo de trabalho missionário incluído na missão salesiana. Evidenciando que a especialização científica e cultural para um salesiano não é em contradição com a busca espiritual da santidade e o impenho na evangelização, exprimindo também neste campo o desafio, por parte de Dom Rua como primeiro sucessor, da fidelidade ao carisma do Fundador.
Nesta reflexão sobre a importância da dimensão científica e cultural no tempo de Rua, pode ser interessante rever brevemente como se desenvolveu um dos aspectos do estilo presente no Oratório de Valdocco: o Teatro. O qual sempre foi compreendido segundo o pensamento e a praxi de Dom Bosco no início da experiência do Oratório. A experiência teatral salesiana foi transmitida na Europa e nas terras de missão diretamente pelos alunos do santo e pelas primeiras casas educativas. A vivacidade do teatro salesiano naquele tempo fazia parte orgânica e estrutural das casas neste período de forte expansão sob Dom Rua. Nos anos 50 o teatro salesiano, seja aquele oferecido ao público interno das casas, seja aquele com um caráter mais comunitário e oferecido à população dos bairros nascidos em volta das obras salesianas, vive o seu ápice e o seu tempo de maior criatividade e glória. Ja neste tempo nas páginas das revistas especializadas aparecem os primeiros artigos de caráter histórico e analitico sobre as origens e a natureza educativa do teatro salesiano. Nos anos 60 acontece, porém, uma mudança nas atividades culturais das obras salesianas, sobreturo em Itália, e em Europa. O teatro cedeu espaço, lugar, e papel aos meios modernos, sobretudo o cinema. Diminuindo a atividade teatral substituida pelo cineforum, a produção editorial tradicionalmente teatral mudou seu orientamento valorizando aquele cinematográfico.
O desenvolvimento da obra salesiana nos tempos de Dom Rua foi como um contexto educativo-cultural e social que incentivou o teatro salesiano em crescimento, devido os incentivos das novas obras criadas na Europa e na América Latina. Nestas novas realidades será sempre transplantado o modelo de teatro dominante: o turinês-piemontês. Da mesma forma em relação à atividade artistica em geral (a música, o modelo das festas, o esporte…). Esta pesquisa apresentou como a atividade teatral nas instituições salesianas tinham um papel importante na dimensão cultural e comunitária. O salesiano, como nos ajuda a ver o próprio Dom Rua, é chamado a cultivar uma cultura pessoal e uma competência científica que o permita de oferecer para os jovens uma proposta educativa que corresponda às exigências de cada tempo segundo as suas sensibilidades e o modo no qual os jovens presentes no “hoje” da história, recebem e interpretam o que se pode oferecer para cada um deles como valor e proposta educativa. Acredito que na nossa inspetoria Missionária da Amazonia podemos, humildimente, vantar uma sensibilidade em relação à formação específica dos salesianos, dos quais muitos receberam a oportunidade de completar um ciclo especializado de formação. Os quais hoje oferecem na nossa Isma as suas capacidades em muitos modos, creio que possa ser feito um agradecimento ao Pe. Damásio, reconhecendo o esforço que teve no cuidado da formação dos salesianos da nossa inspetoria. Com certeza é um dos aspectos de maior positividade nos últimos 6 anos. Permanecendo a exigência para cada um de nós de dar continuidade a esta tradição que demonstra ser positiva. O próprio Dom Rua escreveu em uma das suas Circulares: “Na educação dos nossos alunos nós devemos ter uma preocupação elevada para que assim possamos alcançar metas altas: nós temos que manter um esforço para almentar a qualidade dos nossos bons padres e dos nossos coadjutores, sem os quais não se poderia progredir na nossa missão salesiana com qualidade, como nos pedem os tempos atuais” (LC 121)