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CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL: EUCARISTIA, O ALIMENTO DA VIDA ETERNA

Por Pe Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira – SDB) –

  1. A Eucaristia: fonte e centro da vida cristã

Na próxima semana, de 15 a 21 de agosto de 2016, em Belém do Pará, acontecerá o XVII Congresso Eucarístico Nacional (CEN2016). A capital paraense, sede do Congresso, celebra em 2016, o IV Centenário da Evangelização da Amazônia.
A realização desse Congresso Eucarístico Nacional, no Ano da Misericórdia, é uma especial oportunidade para a promoção de uma forte catequese sobre o mistério da Eucaristia.
No início da encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, o Papa João Paulo II afirma que a Igreja vive da Eucaristia, que essa verdade é uma experiência diária de fé, que ela contém o núcleo central do mistério da Igreja, o próprio Jesus Cristo. O Concílio Ecumênico Vaticano II, por isso afirmou que a Eucaristia é «fonte e centro de toda a vida cristã» e concluiu: “na santíssima Eucaristia, está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o Pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo» (SC, 2). Eis porque a Eucaristia é tão importante!

  1. Um discurso forte e esclarecedor

No capítulo sexto do Evangelho de João, Jesus fala às autoridades judaicas, mas seu discurso é mal entendido (cf. Jo 6,51-58). Usando uma linguagem incomum, convida seus discípulos a “comerem sua carne” e a “beberem o seu sangue”; essa forma de falar escandalizou não somente seus adversários, mas também seus próprios discípulos que começaram a abandoná-lo; mas os doze, lhe permaneceram féis (cf. Jo 6,60-61.66).
Jesus afirmava algo extraordinário dizendo: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna… Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida” (Jo 6,54-55). Essa afirmação era algo desconcertante para aquele contexto sociocultural e religioso. Mas é necessário colocar-se na perspectiva de Jesus, para entendê-lo!

Os termos “carne e sangue”, semelhante à expressão “filho do homem”, significam para Jesus “o seu ser”, a sua “pessoa” e não a pura “dimensão física”. Mais que tudo, Jesus estava falando da comunhão com o “ser divino”, queria dar ênfase à divindade e não à sua carne física.

O único alimento capaz de dar a vida eterna é Ele mesmo! Só Deus pode nos dar a Vida Eterna! Não há outro! «Carne e Sangue» querem indicar a totalidade da vida da pessoa de Jesus! Tratando-se da sua pessoa, Jesus está falando metaforicamente, de uma íntima relação do seu discípulo com Ele mesmo.

Evitando a interpretação materialista desse discurso, entendemos bem que Jesus não estava estimulando o canibalismo! Ou seja, não estava pedindo aos seus discípulos para comerem a carne do seu corpo físico, como os seus braços, as suas perdas, o seu coração e nem de beberem o seu sangue material. A realidade a qual se referia é espiritual, a essência divina! O foco da realidade apontada por Jesus é invisível, espiritual, ou seja, a própria divindade!

  1. A Instituição da Eucaristia

A Eucaristia não é, portanto, uma invenção da Igreja. A Igreja celebra aquilo que Jesus Cristo mandou e, as palavras por Ele pronunciadas, continuam com seu mesmo valor, atualidade e potencia transformadora.

O discurso sobre o Pão da Vida pode ser melhor entendido se formos ao contexto da última Ceia, quando Jesus institui a Eucaristia. “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, o partiu, distribuiu a eles, e disse: «Tomem, isto é o meu corpo.» Em seguida, tomou um cálice, agradeceu e deu a eles. E todos eles beberam. Jesus lhes disse: «Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos” (Mc 14,22-24; Mt 26,26-29; Lc 22,14-19; 1Cor 11,25).

Aqui se evidencia a diferença entre o corpo físico de Jesus (a sua carne física) e as espécies “pão e o vinho”, declarados seu “corpo e sangue”. Jesus aponta para uma realidade misteriosa, além do seu corpo de carne humana. Há, nos dois casos, uma realidade invisível que transcende o dado físico. São Paulo nos a ajuda a comtemplar melhor esse mistério dizendo: “O cálice da bênção que nós abençoamos, não é COMUNHÃO com o sangue de Cristo? O pão que partimos, não é COMUNHÃO com o corpo de Cristo?” (1Cor 10,16).

A “Comunhão” é o núcleo da questão! Então para Jesus, o convite a “beber o seu sangue” e a “comer a sua carne” não significa alimentar-se do seu corpo físico, mas quer dizer COMUNHÃO ÍNTIMA com seu espírito, sua mentalidade, sua sensibilidade, sua consciência… É comunhão também com a Igreja, corpo de Cristo. Comungar é celebrar a comunhão e entrar em sinergia com Ele e sua comunidade.

 

  1. O cumprimento de uma promessa

A Eucaristia é o cumprimento de uma promessa de Jesus: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28, 20). Quem ama se faz sempre presente na vida da pessoa amada, nem sempre, porém, está da mesma forma… Jesus Cristo fez-se alimento! A presença do “Corpo de Cristo” sob as espécies do vinho e do pão (sinais de uma realidade escondida, invisível!) é a continuação, no meio de nós, do mistério da Encarnação e da Redenção. Deus que se faz presente para Salvar!

Quando homem, sua humanidade escondia a divindade; hoje, na Eucaristia, a divindade oculta sua humanidade, por isso na missa dizemos: eis o «mistério de fé»! O que vemos com os olhos, é só a materialidade do pão e do vinho! Mas aos olhos da Fé é uma realidade completamente diferente. A Eucaristia é sacramento (sinal) de comunhão com a totalidade da pessoa de Cristo e por isso mesmo, a Eucaristia é compromisso com a vivência dos valores do Reino de Deus: o amor, o perdão, a solidariedade, a comunhão, a justiça etc.

A realidade do gesto “comer” e “beber” indicam essencialmente intimidade, nutrição, envolvimento, comunhão… Por isso a Eucaristia é a condição imprescindível da vida espiritual do Cristão, assim como o “pão” é a condição básica da vida do corpo.
O verdadeiro amor exige permanência, durabilidade, alimentação continua, entrega… Porque Ama, Jesus se faz alimento para os seus discípulos, seus amigos. Quem ama nunca deixa de “ser alimento” para a pessoa amada! É assim que Deus nos trata e nos ama!

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