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Comemoração dos 80 anos da chegada dos missionários em Iauaretê

Senhoras e senhores!

Neste exato momento, eu me sinto pequeno na presença de Nosso Senhor, o Deus da vida, que nos cumulou com este ar puro sem poluição que nos revela a presença viva de Deus, nosso Pai Criador. Ao mesmo tempo, eu me sinto forte, com o apoio do Pastor de nossa Igreja (Dom Edson), dos missionários salesianos (filhos de Dom Bosco) e das Filhas de Maria Auxiliadora.

Na condição de Ex-aluno salesiano desta missão de Iauaretê desde a década de 1950, quero elevar um agradecimento sincero, todo especial aos missionários, pois, tudo o que sei devo a estas pessoas beneméritas.

Queremos agradecer a presença de todos os nossos parentes indígenas: Tarianos, Wananos, Piratapuias, Dessanos, Arapassos, Cubeos, Yuritis, Tuyucas, Barés e Hupdas e outros.

Agradecemos também a presença de nossos professores, funcionários públicos, os líderes indígenas, os pais de família e o povo em geral.

Antes de tudo quero contar-lhes um pouco de história, relatar aos presentes como sucedeu a chegada dos missionários salesianos em nosso meio.

Desde a antiguidade, os egípcios e gregos adoravam muitos deuses e, eram considerados politeístas. Eles fabricavam ídolos como: deus do sol, deus da terra, deus da sabedoria e outros muitos. Também os nossos antepassados adoravam um deus invisível, no caso dos Tarianos, o deus trovão; os Tukanos, o deus da terra (na língua Tukano: Ye`pámahsi). Diferentemente dos egípcios e gregos, os nossos antepassados não fabricavam os ídolos e sim acreditavam em deuses invisíveis e eram, também, politeístas.

Nestes dois séculos passados, apareceu uma nova realidade. No Rio Orinoco surgiu um elemento indígena (“vidente”), da etnia Baniwa, considerado um profeta pelos parentes. Os parentes querendo provar sua condição de profeta agarraram-no e o amarraram colocando-o dentro de um caixão. Em seguida, jogaram-no dentro do rio. Esse profeta se chamava CAMICO e tinha por discípulos dois indígenas da etnia Piratapuia e Wanano.

Esses discípulos propagaram a Adoração da Santa Cruz através de uma adolescente indígena, de seus onze anos ou doze anos, que mantinha visões diretas com a Virgem Santíssima Mãe de Deus. Nas suas visões, a adolescente era informada de que em breve viriam para esta área os missionários anunciadores da Boa Nova de Jesus.

Muitos anos se passavam, sem que tudo isso acontecesse. Os discípulos de Camico, Adoradores da Santa Cruz, então, re-introduziram a adoração da Cruz, já, na nossa área em Turi-Iguarapé. Entre os Tukanos a adoração da cruz é propagada através de um viúvo indígena (Tukano) que se afastou de seus irmãos para viver sozinho, isolado de seus parentes.

Um certo dia apareceu uma personagem extraordinária, pedindo ao viúvo para se unir aos seus irmãos e construir uma local onde pudesse realizar a adoração da Santa Cruz. Obediente ao pedido do personagem acima citado o viúvo juntamente com seus irmãos, fizeram uma grande maloca, na qual os filhos desta selva adorariam a Santa Cruz, sinal de nossa Salvação.

Em dezembro de 1970, o Rev. Pe. José Dalla Valle (pároco) realizou um curso para os catequistas da Paróquia de Iauaretê. Nesta ocasião, o Pe. Pedro Teixeira, palestrante, pergunta aos presentes catequistas: qual é o Deus que os indígenas adoram? Os catequistas disseram que adoravam a Santa Cruz. Para tirar a prova desta adoração os missionários pediram aos filhos do lugar para procurar e trazer esta Cruz até a Missão Salesiana.

A família Castilho da Etnia Dessano se prontificou a procurar a Cruz e trazer até a Missão. No dia primeiro de Março de 1971, Sexta-feira Santa, após um esforço imenso a Cruz adorada pelos nativos no Igarapé Turi chega ao Centro de Iauaretê.

A profecia realizada pelos adoradores desta cruz foi reconhecida pelos indígenas como o anúncio da vinda dos missionários que viriam anunciar a Boa Nova de Jesus. Trata-se da chegada e da permanência dos Filhos de Dom Bosco em nosso meio.

A equipe dos primeiros salesianos chega aqui, para dar o reconhecimento do lugar, onde futuramente seria aberta a nova missão de Iauaretê. Em 1930, a missão salesiana de Iauaretê foi fundada, e, desde aquele momento, os filhos de Dom Bosco Santo estão presentes em nosso meio.

Neste ano, a atuação dos missionários salesianos completa oitenta anos. Por isso, meus irmãos, elevemos um agradecimento sincero pela presença destas almas generosas: Salesianos e Filhas de Maria auxiliadora.

Peçamos a Nosso Senhor vida longa, muito sucesso e saúde em toda sua atuação dos missionários (as) como colaboradores do projeto salvífico de Jesus Cristo, Nosso Senhor, entre os Indígenas, também, filhos de Deus.

Muito Obrigado

Pedro de Jesus Gomes (Etnia Tariano – Vila Santa Maria)

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