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CNBB: Encontro de catequetas e professores de Teologia Pastoral.

A Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, órgão da CNBB, realizou nos dias 05,06 e 07/03, na casa de retiro Lareira São José, das irmãs Passionistas, São Paulo. Este é o terceiro encontro de Catequetas e Professores de Teologia Pastoral. O principal objetivo foi promover o estudo do Documento de Aparecida e suas implicações à catequese e a Teologia pastoral incentivando a pesquisa. Éramos um grupo de 32 participantes de vários Estados do Brasil.

Tivemos a simpática presença dos assessores da Comissão, Pe. Videlson e Ir. Zélia, CM. Esteve durante todo o encontro o bispo Juventino Kestering, um dos membros da Comissão e do Celam. Quatro temas nortearam as reflexões a partir de um contexto geral: Implicações de Aparecida para a Pastoral e a Catequese. Dia 05 a Eclesiologia; dia 06 a Teologia Pastoral e Metodologia Pastoral; dia 07 a Catequese.

Padre Cleto Calimam, sdb, apresentou a complexa eclesiologia como uma grande “fusão de horizontes”, com a imagem das cores que grupos de participantes, com suas idéias, trouxeram para o evento. Cada um pintou o contexto segundo suas opções; no final surgiu um desenho que privilegiou uns e escureceu outros aspectos. Por isso é possível analisar o Documento com quatro eixos de tensões: 1. Homogeneidade e pluralismo; 2. Hierarquia e laicato; 3. Comunidades eclesiais de base e Movimentos eclesiais; 4. Povo de Deus e comunhão. Calimam apresentou com clareza que uns dos problemas sérios é a ausência de uma teologia da igreja particular que, fragiliza a comunhão e dispersa as iniciativas.

Dom Demetrio Valentini esteve conosco no dia 06 e nos apresentou as questões pastorais pendentes, lacunosas e contraditórias do Documento. Usou a imagem da Vindima para dizer que o Evento de Aparecida, mais importante que o próprio texto, foi uma grande obra de produção de vinho que, infelizmente, teve a mistura de muitos “bagaços” – referencia às muitas mãos que produziram o texto – e, por conseguinte muitas fermentações que prejudicaram a pureza do texto que temos em mãos. Contudo é possível retirar mesmo de um texto feito às presas algumas intuições fundamentais: 1. Re-encontro com a tradição eclesial do ser Igreja na América Latina e Caribe a partir da encarnação da realidade; 2. A retomada da caminhada da renovação conciliar na linha das conferencias anteriores; 3. Novo fôlego na opção pelos pobres; 4. Recuperação das Cebs como espaços eclesiais de forte identificação e vivencia religiosa; 5. A necessidade de mudanças estruturais na Igreja, sobretudo a paróquia. Dom Valentini nos deu uma chave de leitura do Documento mostrando que: os capítulos 2, 5, 7 e 8 foram elaborados dentro da linha da opção pelos pobres; o capitulo 10 é mais na linha de uma pastoral de elites como se delas pudessem surgir uma mudança estrutural; os capítulos 3, 4, 6 e 9 são mais doutrinários e nada acrescentam ao Documento. O belo de Aparecida foi a presença e a simpática acolhida do povo nos vários momentos da Assembléia, nos hotéis, nas romarias, nas missas. Tudo isto sensibilizou os participantes da Assembléia. Muitos que chegaram pessimistas saíram cheios de esperança e muitos que pensavam que a Assembléia seria muito festiva e pouco realista saíram comprometidos e renovados.

Na tarde do mesmo dia 06 o padre Joel Portella mexeu com nossas certezas a partir do tema da “mudança de época” presente nas reflexões de Aparecida. Uma mudança que desarma nossa compreensão e forma de agir no tempo, no espaço e nas relações. Está em curso uma re-definição da civilização e, portanto, das escolhas, dos valores e dos comportamentos do ser humano. Isto compromete a Evangelização, pois somos herdeiros de uma estabilidade, de verdades, enquanto o contexto é de mobilidade, desenraizamento e mutações. A força do testemunho será mais acolhida do que a força da doutrina. Padre Joel considera o texto de Aparecida lúcido e corajoso, a pesar das lacunas.

Na ultima reflexão padre Lima, sdb, nos mostrou os elementos catequéticos presente no conjunto do texto, sobretudo, a necessidade de uma “iniciação cristã” como forma catecumenal de formação seja dos catequistas como dos destinatários. Infelizmente, segundo padre Lima, o Documento não deu o devido valor a este processo iniciático nem a formação dos catequistas. Não obstante isto o texto permanece profético e catequético.

O debate em torno da temática foi muito interessante. Cada um procurou tirar conclusões a partir de sua ação concreta. O clima foi de diálogo e reciprocidade. Surgiu a idéia de formar uma Associação de catequetas e professores de teologia pastoral, contudo, a proposta ainda não está madura. Iremos continuar com os encontros anuais e quem sabe concretizar a idéia daqui a dois anos. “Nada do que foi será”. Creio que esta expressão sintetiza muito o evento de Aparecida. Agora é a oportunidade de saborear o bom vinho e usar o “bagaço da uva” para fazer uma boa garapa (Dom Valentini).

Dicas de leituras sobre Aparecida:

1. Ameríndia (org). V Conferencia de Aparecida, renascer de uma esperança, São Paulo, Paulinas, 2008.
2. Agenor Brighenti, A desafiante proposta de Aparecida, São Paulo, Paulinas, 2007.
3. Paulo Suess, Dicionário de Aparecida, 40 palavras-chaves para uma leitura pastoral do Documento de Aparecida, São Paulo, Paulus, 2007.
4. Agenor Brighenti, Para compreender o Documento de Aparecida o pré-texto, o com-texto e o texto, São Paulo, Paulus, 2008.

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