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Carta às irmãs e aos irmãos e das CEBs do Brasil

Ipatinga, 23 de julho de 2005. A paz de Cristo. Reunida/os em Ipatinga (MG) os delegados (as) do XI Intereclesial das CEBs, desejamos saudar com afeto as irmãs e irmãos em todo Brasil e nos demais países, que nos acompanham com seu interesse e preces.
Aqui viemos representando nossas comunidades no anseio de colocar em comum a fé em Jesus Cristo, que ressuscitado testemunha o caminho para a salvação da humanidade e de toda a Criação.
Encheu-nos de entusiasmo a numerosa presença de 3.806 participantes, sendo aproximadamente 2.000 leigos (as), 420 religiosas (os), 380 padres e 50 bispos. Muito nos honrou a representação de onze Igrejas cristãs, bem como de outras religiões e culturas. Alegrou-nos a participação de 70 convidados de outros países. Unimo-nos aos 250 membros da Pastoral da Juventude do Leste II (MG e ES) que nos mesmos dias acamparam no Parque Ipanema em comunhão conosco. A festa de fraternidade tornou-se ainda mais vibrante, quando milhares de membros das paróquias locais, associaram-se a nós para a bela celebração de abertura e outros eventos maiores. No início desta carta sentimos o dever de agradecer a Deus a excelente acolhida e organização oferecidas pelas comunidades da diocese de Itabira/Coronel Fabriciano. A partir do X Intereclesial de Ilhéus, recordamos o longo trabalho realizado pela Comissão Ampliada, Coordenação, assessoria e pelas CEBs de todo o Brasil. Foram anos de intenso empenho, desde a redação do livro Texto Base com 22 colaboradores e as múltiplas reuniões e encontros até a articulação de 14 áreas de serviço com mais de 2 mil voluntários. Em nosso coração vamos sempre conservar a lembrança amiga de Geralda da Conceição Procópio, militante de incansável dedicação no secretariado no Intereclesial e que faleceu a 24 de agosto de 2003. E tantos outros que já ressuscitados nos acompanham. Nosso caloroso agradecimento se estende às 4 mil famílias das cidades do Vale do Aço – Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo, Santana do Paraíso – que acolheram, de portas e corações abertos, os participantes do encontro e também às comunidades de todo Brasil que contribuíram, com generosidade, para assegurar 13 mil refeições diárias e os lanches dos intervalos. Esse enorme empenho fraterno atraiu as bênçãos de Deus para a realização do anseio de nosso Intereclesial, de aprofundar o tema: “Espiritualidade Libertadora” e o lema: “Seguir Jesus Cristo no compromisso com os Excluídos”, em total consonância com o Projeto da CNBB para a Igreja no Brasil: “Queremos ver Jesus, Caminho Verdade e Vida”. Orientou-nos o método “Ver, julgar e agir” e a vontade de garantir a plena atuação dos delegados das CEBs num conjunto de sessões plenárias, mini plenárias e grupos de reflexão, de modo a valorizar ao máximo a riqueza da experiência dos participantes.
Para facilitar as atividades, os 4 mil participantes foram divididos em seis grupos chamados de Locomotivas, com aproximadamente 700 pessoas cada uma que, por sua vez, foram subdivididos em grupos denominados Vagões, com cerca de 100 pessoas. Auxiliados por 112 assessores, os vagões aprofundaram o tema da Exclusão, relacionando as CEBs com a espiritualidade libertadora, com a dignidade humana e a promoção da cidadania, com a formação de novos sujeitos, capazes de contribuir para construção de um outro mundo possível, com a “Via Campesina”, tendo presente a ecologia, a questão do uso da terra e água e a necessária reforma agrícola, finalmente com educação libertadora.
Fizemos a memória do testemunho de tantos militantes das CEBs que viveram a fidelidade no Evangelho até o martírio dando a vida pela promoção da justiça e do reino de Deus.
Todos os grupos se empenharam em apontar caminhos de solução e ações concretas para, a partir das CEBs e em parceria, superar os diversos tipos de exclusão e assegurar na Igreja a valorização dos carismas e a convivência pacífica e fraterna nos ambientes em que vivemos e na inteira sociedade, promovendo o acesso de todos a condições dignas de vida, como compete a filhos e filhas de Deus. Este é o compromisso prioritário que procuramos assumir no XI Intereclesial e que há de nos impulsionar e colocar-mos a serviço da vida desde o primeiro momento de sua concepção. Procuremos que sejam atendidas as justas reivindicações das mulheres. Continuemos a nos empenhar pelos que lutam na defesa dos seus direitos: as populações indígenas, os quilombolas e os atingidos por barragens. A caridade de Cristo requer a nossa participação consciente e organizada para sanar a corrupção, e obter as políticas públicas que apressam e garantem a superação da fome, da miséria e a promoção dos empobrecidos e dos mais necessitados, dos portadores de necessidades especiais do sem terra, sem casa, sem trabalho e dos encarcerados. A dimensão orante, própria das CEBs, a exemplo das primeiras comunidades que rezavam com Maria, Mãe de Deus e da Igreja, discípula predileta de Jesus, que esteve presente no decorrer de todo o encontro. Manifestou-se nas celebrações do ofício divino, nos cânticos, no ato penitencial e na liturgia eucarística renovando sempre mais a alegria da comunhão fraterna e a experiência da Santíssima Trindade presente em cada um de nós e na vida eclesial. O trem das CEBs segue seu percurso. Parte para novos rumos, levando a todos a esperança dos valores do Reino de Deus. A missão continua. Cantando, aprendemos a peneirar sofrimentos e alegrias, desafios e conquistas, misturando fé e vida, na certeza de que Jesus Cristo, que nos envia para servir homens e mulheres, irmãos e irmãs estará sempre conosco. A ele louvor e glória. Amém, aleluia, axé, awerê, uai. Ipatinga, 22 de julho de 2005.

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