Boston/USA – Deep impact é o nome de um filme do final do ultimo milênio. Apocalíptico, portanto, no sentido corrente da palavra. Uso tal expressão, ou seja o título do filme, para referir-me a um dos fatos mais marcantes deste tempo de dois meses que tenho vivido nos Estados Unidos: a visita do Papa Bento XVI a esta nação e a igreja que aqui se encontra.
Para além de toda e qualquer expectativa, a viagem do Santo Padre ao país foi muito bem sucedida. Como o asteróide que destruía a terra com gigantescos e sinuosos movimentos de água, poeira e variadas espécies de desastres, a presença do Papa continua repercutindo com forte efeito restaurador e revigorante para uma igreja que se encontra ferida pelo escândalo de abuso sexual do clero e para um povo que sofre com a guerra e seus dolorosos efeitos.
O Papa trouxe esperança, convidou a Igreja a purificar-se, defendeu a dignidade de todo ser humano, foi corajoso e surpreendente ao encontrar-se com vítimas do escândalo. Como um bálsamo, sua pessoa trouxe alivio, cura e paz! "Não é todo visitante que permanece menos que uma semana e deixa seus anfitriões pensando sobre um reino de justiça e paz!", assinalava o "The Boston Globe", na conclusão de um dos seus editoriais!
O tempo que tenho passado aqui põe-me de volta a rotina escolar. Como na música de Djavan, o inglês e "seus sinais me confundem da cabeça aos pés (…) não me diz exatamente quem é", mas mesmo assim estou na batalha e tento devora-lo, decifra-lo, para que não ocorra ser devorado por ele! Tenho 6 aulas de 50 minutos todo dia e sempre levo muito dever de casa na mochila quando pego o metrô e o ônibus voltando pra casa, no centro de Boston, onde eu moro. Na comunidade dos padres e irmãos maristas, somos 13 pessoas, incluindo 2 estudantes de filosofia. Sinto-me bem acolhido e apoiado. Todos procuram animar-me no aprendizado do idioma e me ajudam, pacientemente, na introdução à cultura da cidade. O provincial reside aqui e também tem sido muito paterno, simples e amigo. Tenho ajudado em celebrações em uma das numerosas comunidades de brasileiros que vivem na grande Boston… muitas histórias de luta e de sofrimento!
Ainda gastarei alguns meses estudando a língua de Shakespeare para então poder fazer o TOEFL e iniciar os estudos de mestrado.
Finalizo agradecendo aos irmãos, ao Pe. Inspetor, por me concederem este tempo de tão rica experiência que ora apenas se inicia, com vistas ao melhor serviço da juventude na Amazônia! Abraço a todos!