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Assembleia Nacional do CIMI

Cimi discute o atual modelo de desenvolvimento e a desterritorialização dos povos indígenas

Entre os dias 27 e 30, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) realiza sua 18ª Assembleia Geral, em Luziânia (GO). Missionários, lideranças indígenas, representantes de movimentos sociais e pesquisadores tratam das principais questões que afetam os povos indígenas e discutem a ação missionária do Cimi para os próximos dois anos. Com o tema "Paz e Terra para os povos indígenas", o evento debate a desterritorialização dos povos tradicionais no atual modelo de desenvolvimento.

“O desenvolvimento como dominação da natureza é uma ideia poderosa e coloca os movimentos sociais em situação antagônica ao que é pregado como moderno”. Essa avaliação é do pesquisador Guilherme de Carvalho, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE-Pará), apresentada durante o segundo dia da Assembleia.

Segundo Guilherme, o progresso e o desenvolvimento acabam se apresentando como domínio da natureza e como uma missão civilizatória das nações poderosas, que entendem que o seu modelo deve ser seguido por outros países. “Este modelo aparta o homem da natureza, ou seja, faz com que ele se coloque como parte separada do meio natural e não como integrante desse meio”, afirmou o pesquisador.

Para o presidente do Cimi (organismo vinculado a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e bispo da prelazia do Xingu, dom Erwin Krautler, fazendo uma retrospectiva do Conselho Indigenista Missionário, explica que a Igreja do Brasil sempre atuou a favor dos povos indígenas, especialmente a partir de 1972, quando foi criado o Cimi. “Tomamos partido dos povos indígenas em todos os momentos de nossa história, principalmente nos dias atuais, onde vemos que há interferência de todos os lados, inclusive dos governantes, na vida dos indígenas. Mas digo com muito orgulho, se não fosse a Igreja Católica, com seu braço indigenista (Cimi), não haveria na Carta Magna do Brasil, os direitos dos povos indígenas. Diante do mundo, podemos nos orgulhar em ter uma Constituição que respeita os direitos destes povos, mas ainda temos muito trabalho pela frente”, concluiu.

Modelo energético

Participa também das reflexões, o professor do Instituto de Energia e Eletrotécnica, da Universidade de São Paulo (USP), Célio Bergmann. Ele apresentou dados do modelo energético brasileiro e dos projetos que envolvem grandes demandas de energia em terras indígenas, em áreas protegidas e na Amazônia legal. De acordo com números apresentados pelo professor Bergmann, somente as empresas de mineração, do setor energético e outros segmentos de indústria pesada consomem 48,4% da energia do país.

“Pelo aumento de consumo, justificam a necessidade de construção de mais usinas hidrelétricas e, o mais preocupante, na região amazônica. Há uma visão equivocada de que o aproveitamento dos recursos hídricos gera uma energia limpa. A disseminação desta ideia coloca a população num ‘beco sem saída’: ou se aceita a energia das grandes hidrelétricas, ou será necessário utilizar energia nuclear” explicou o professor da USP.

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