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AMÉRICA/BRASIL – Sínodo para a região Pan-Amazônica, um padre tuyuka: “A Igreja promove e valoriza os povos indígenas”

Fonte: LG/Agencia Fides 8/11/2017 (http://www.fides.org/es/news/63191-AMERICA_BRASIL_Sinodo_para_la_region_Pan_Amazonica_un_sacerdote_Tuyuka_La_iglesia_promueve_y_valora_los_pueblos_indigenas#.WhwohkqnHIU)
Tradução: Vívian Marler / Comunicação Inspetoria São Domingos Sávio –

Cachoeira (Agencia Fides) – “Um dos objetivos do Sínodo extraordinário para a região da Amazônia, é identificar novos caminhos para a evangelização dos povos indígenas em todas as regiões da Pan-Amazônica. Porem, muitos povos indígenas não sabem sobre o que se trata o Sínodo, por razões obvias: muitas comunidades estão distantes dos centros urbanos, por isso não tem acesso as informações. Esta é uma questão que preocupa. Com este Sínodo a Igreja assume um papel importante, em nível religioso, politico, ético e moral na defesa da biodiversidade, dos biomas, das florestas, montanhas, lagos, dos seres vivos e das diversidades dos povos”, declarou padre Justino Sarmento Rezende em entrevista a Agencia Fides.

Padre Justino Sarmento pertence a etnia Tuyuka, nasceu em Pari-Cachoeira, na fronteira entre o Brasil e a Colômbia, na região do alto rio Negro, e é o primeiro salesiano indígena ordenado padre, há 23 anos. É uma pessoa muito conhecida e querida nas comunidades do Rio Negro graças ao seu trabalho em prol da educação indígena, o qual ele é um dos maiores especialistas no Brasil. Com o proposito de conhecer o que os povos indígenas pensam sobre o Sínodo, a Agência Fides entrevistou o padre Sarmento.

Em sua opinião, quais devem ser os objetivos do Sínodo dos Bispos? Um dos objetivos é identificar os novos caminhos para a evangelização dos povos indigenas. Em todas as regiões da Pan-Amazônia ja existem muitas experiencias boas, inovadoras e bem sucedidas. Porém, são experiencias locais, de pequenos grupos que não tem um alcance regional, nacional ou global. Nas dioceses, embora sejam bem sucedidas, não são parametros para todas as comunidades.Os indigenas são ricos em diversidades culturais e linguisticas. Acredito que aqueles que estão envolvidos diretamente na preparação do Sínodo devem valorizar as experiencias que já estão dando bons resultados, pois podem contribuir para os estudos do sínodo.

Os povos indigenas sabem da realização desse Sínodo? Isso é motivo de preocupação. Acredito que muitos povos indígenas não sabem nada sobre este Sínodo, por razões obvias: muitas comunidades estão distantes dos centros urbanos, por isso não têm acesso à informação. Não sei quantos padres indigenas somos na região Pan-Amazônica, mas espero que os bispos das dioceses que possuem povos indigenas sejam os interlocutores principais.

Os sacerdotes e missionários que os conhecem devem tornar-se os informantes da novidade da convocação do Sínodo. Eles devem envolver comunidades para participar intensamente. É importante que os líderes indígenas, ministros extraordinários da Eucaristia, da palavra; professores indígenas, religiosos e sacerdotes participem e promovam eventos em que estudem, discutam e possam propor tópicos que devem ser levados em consideração no Sínodo.

O que representa para você esta decisão do Papa? Para mim significa que a Igreja assume um papel importante, religioso, político, ético e moral na defesa da biodiversidade, dos biomas, das florestas, das montanhas, dos lagos, dos seres vivos e da diversidade dos povos. Os povos indígenas, juntamente com o resto do planeta, precisam da continuidade da vida dessas realidades para viver. Se não defendemos essa natureza, ela se rebelará violentamente contra os seres humanos. Para nós, que somos indígenas, nossas vidas humanas têm relações íntimas com os seres vivos e a natureza. Somos modelos de pessoas que defendem essas vidas, nós as respeitamos, sem destruí-las, usando apenas o que é necessário de forma equilibrada. Quando a ambição as destrói, as consequências negativas atingem todas as pessoas. Portanto, acredito que o Sínodo provoque debates importantes em vários países da região pan-amazônica.

Quais temas não podem ser deixados de fora do debate no Sínodo?  Um tema importante é estudar, aprofundar e criar instrumentos para que as celebrações nas línguas indígenas sejam reconhecidas e oficializadas. Onde eles já existem, seria necessário motivar aqueles que trabalham com povos indígenas a pôr em prática as orientações do Sínodo. Isso envolve aprender línguas e conhecer melhor as culturas locais.

O tema dos ministros ordenados, o diaconato e o sacerdócio dos casados ​​não podem faltar, há opiniões diferentes sobre o assunto entre os indígenas e os bispos, mas eu acho importante que o argumento seja abordado.
O que você espera deste evento? Espero que seja um momento novo para a Igreja presente na Amazônia. Quando digo Igreja me refiro a todos os batizados, indigenas e não indigenas, religiososo e religiosas de diversas congregações, diáconos, sacerdotes e bispos, catequistas, ministros extraordinários, líderes e animadores das comunidades.

Espero que ajude a compreender o mundo amazônico, os povos da Amazônia; que este Sínodo contribua com a nova forma de ver o mundo e influencie nas politicas publicas da região Pan-Amazonica. Estou trabalhando para que seja um momento especial para nós os povos indígenas.

 

Foto de capa: Arquivo Inspetoria Salesiana Missionaria da Amazônia / Inspetoria São Domingos Sávio.

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