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É ainda possível retornar a Dom Bosco?

O Concílio Vaticano II convocou os Institutos religiosos a realizarem um “contínuo retorno às fontes e a inspiração primitiva” (PC, 1). O próximo Capitulo Geral inicia, digamos assim, no ritmo da celebração dos 200 anos da morte de Dom Bosco, um ousado programa de retorno ao carisma do fundador. O elemento motivacional é o mote: DA MIHI ANIMAS, CETERA TOLLE (Gen 14,21), que Dom Bosco escolheu como projeto pessoal de vida.

A vida religiosa mergulhou de cabeça nos dramas da era pós-moderna com as mudanças substanciosas no modo ser e de viver: O pensamento frágil; a falta de empenho nos compromissos que assumimos; a falta de garra para desenvolver um projeto institucional; a necessidade quase compulsiva de aparecer que ofusca o ser; o retorno a um estilo de religiosidade sem definir rostos, Deus e valores; fuga de qualquer desconforto em vista do que seja prazeroso. No meio desse emaranhado de desafios surge a proposta de um rejuvenescimento; indo às fontes da nossa espiritualidade, ao “primeiro amor” que nos embalou nos braços da história de vida de Dom Bosco.

Para seguir sonhando com este necessário e urgente projeto de retorno às fontes, na construção do futuro, usarei um dos ícones que a vida religiosa apresenta hoje como motivação interior, em vista dos elementos salesianos que possam responder positivamente à pergunta que me coloco ao inicio deste artigo: é possível ainda retornar a Dom Bosco?

O Evangelho de João se debruçou na resposta sobre a identificada divina de Jesus diante de pessoas que duvidam da mesma. Para mostrar o Jesus que penetra no ser humano e o transforma, João nos mostra o diálogo de Jesus com a Samaritana (Jo 4,4-30). Para mim interessam, sobretudo, os vv.14-15.23. Neles encontro os elementos fundantes para retornar a Dom Bosco, a mediação da fonte, pois a fonte é Deus.

1. Quem beber desta água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele numa fonte de água jorrando para a vida: A primeira atitude para retornar ao “primeiro amor” é beber na fonte. Neste caso no espírito salesiano que Deus suscitou em Dom Bosco.Vivemos uma era do pensamento fragilizado. Às vezes nos falta memória histórica. Beber da fonte do carisma salesiano é conhecer de forma crítica o próprio fundador: suas alegrias e esperanças, seus avanços e retrocessos, principalmente as mudanças de mentalidade que se sucederam em Dom Bosco. Quem nos dá de beber é a rica literatura salesiana que dispomos hoje com aparato crítico; são os estudos sobre os primeiros salesianos; são os comentários sobre o ímpeto missionário de Dom Bosco e de seus primeiros missionários na América. As novas gerações precisam mergulhar neste vasto oceano de conhecimento superando os limites da simples informação e do imediatismo. A sede é uma sensação horrível. Não podemos viver sem água. Sede também pode ser interpretada hoje como a indiferença intelectual. Vive-se do imediato, do prazeroso, da exterioridade. Nossas intenções estão se pervertendo e nos afastando das fontes do carisma, ou seja, da intervenção da Trindade na vida do fundador. A meta é, então, ser em Dom Bosco hoje uma fonte que jorra abundantemente, no seguimento de Jesus Cristo. Evidencio então uns dos problemas que torna difícil o retorno a Dom Bosco: a limitada compreensão da formação permanente. A formação permanente desde os inícios é um direito do religioso. Ele contribui como protagonista de um processo que não tem fim. Sua principal tarefa é ser uma fonte onde os religiosos encontram Palavra de vida. Alimentado se tornará alimento. Cheio de significado para viver será guia que ajuda a discernir outros sentidos de vida. O que acontece é que a formação inicial está desvinculada da permanente. São gavetas justapostas, quase que excludentes. Formação permanente ecoa como coisa para quem precisa de reciclagem; bobagem, pois quem bebe verdadeiramente nas fontes do carisma nunca deixará de se surpreender, sobretudo, de recuperar a sensibilidade pelo mundo juvenil e seus dramas. Às vezes nos damos conta de que vivemos mais para o nosso “novo claustro” de comodidades do que para os outros.

Continua……

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