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A virtude da prudência

A virtude é uma disposição para a pratica do bem, mas não é algo espontâneo, é fruto de um exercício perene da vontade. Num contexto de relações humanas sempre mais instáveis as virtudes podem até estar fora de moda, contudo o cristianismo nada contra a correnteza; por isso proponho para reflexão estas atitudes que nos aproximam do criador. A primeira delas é a prudência. A pessoa prudente é justa, honesta e sabe discernir. Nunca generaliza as atitudes dos demais. Quem generaliza é desonesto e imprudente.


1. Capacidade de discernir: o prudente desenvolve a habilidade de conhecer em profundidade os fatos. Ele mergulha nas relações, no interior das pessoas, nas vísceras dos problemas. Nunca fica na superfície. Ele toca na profundidade do agir humano e observa toda a largueza, altura e profundidade das ações. Somente depois disto ele é capaz de inferir sobre o que viu, ouviu e escutou. A prudência nos ajuda a resgatar o senso critico, tão raro em nossos dias. Hoje se consome tudo. Quando se fica por horas diante de uma TV perde-se o senso do real. Muitas pessoas começam a agir transferindo o mundo imaginário para a sua existência. Jovens que ficam horas no videogame perdem o sentido da realidade. Da assimilação de atos brutais acabam repetindo-os nas suas relações. A própria internet ajuda a criar um mundo virtual, sem necessidade da inter-relação, as pessoas não têm rosto.


2. É a reta norma da ação: antes de ser fim a prudência é mediação para ajudar os demais a conhecer a realidade na sua transparência. A prudência nos ajuda a iluminar tudo aquilo que atrapalha a verdadeira visão dos fatos. Com a rapidez da informação perdemos o sentido do limite. Algumas pessoas imaginam que podem tudo, que nada hoje é sustentável. As relações são fragilizadas, o tempo dita a qualidade das relações, os espaços humanos são diversificados. A prudência pode nos ajudar a compreender a legitimidade de nossas ações.



3. Ajuda a agir segundo o juízo: A prudência é a responsável pela coerência entre o que pensamos e fazemos. Uma pessoa que chega a conclusão de que para o seu próprio bem precisa mudar de atitude, mas no cotidiano continua agindo contrário, é imprudente. A chamada vida dupla é um claro exemplo da falta de prudência. verificamos este tipo de comportamento na forma de ser de um grande numero de pessoas: juram amor eterno e depois traem sem nenhum pudor; prometem fidelidade a um partido e depois mudam sem considerar seu juramento; exigem honestidade do governo, do patrão, dos amigos e depois são desonestos e injustos com o primeiro que lhes causam problema.



A vida humana é um entrelaçado de atos relacionais. A prudência, sobretudo no mundo da tecnologia, é chamada a ser o equilíbrio destas relações. Caso isto nos falte correremos o risco de alimentar o grande vazio existencial que alimenta o egocentrismo, o consumismo, o hedonismo e a falta de amor, ou seja, a ausência de Deus que clama em nós por valores não-materiais e redefinição do ser humano.



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