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A PROPÓSITO DE “ARCHAEOPTERYX LITHOGRAPHICA”

Em conversa de refeitório com D. Walter sobre “quaestiones disputatae”, veio à minha memória o “Aechaeopteryx lithographica” de meu ginásio. Lembrei que se tratava de um fóssil do tempo dos dinossauros.

Depois do almoço fui pesquisar: viveu 150 milhões de anos atrás e deixou seus rastos fossilizados no calcáreo litográfico durante o jurássico, na Alemanha. Trata-se do primeiro animal de que se tem conhecimento que desenvolveu asas, predecessor dos milhares de espécies de aves que voam pelo céu, que nos fascinam com suas cores e encantos e nos alegram com seus sons.

Três anos atrás numa reunião do clero fui chamado carinhosamente de “dinossauro”. Ao celebrar os cinquenta nos de vida religiosa salesiana percebo que realmente os anos passaram. De fato, conheci alguns “dinossauros” da vida salesiana na Amazônia: D. Pedro Massa, D. João Marchesi, Pe. Antonio Giacone, Sr. Theotônio Ferreira, Pe. Alcionílio Bruzzi, Pe. Antonio Góis, Pe. José Schneider, Sr. Guilherme Adamek, Pe. Adolfo Rohl, e tantos outros gigantes que todos olhamos com admiração, e às vezes também, injustamente, com um certo sentimento de superioridade, por causa dos limites a que estavam sujeitos pelos condicionamentos do tempo em que viveram.

Ao pensar no “Archeopteryx” vem à mente o desejo de voar. Aquilo que Ícaro não conseguiu, aconteceu no universo com a paciência da evolução.

Na vida religiosa, tudo nasce com o desejo de empreender outro tipo de vôo: a elevação espiritual para participar da Vida Trinitária, com Jesus, no Espírito. E a gente coloca asas artificiais grudadas com cera que o calor do sol, ou o “pondus diei et aestus”, derrete. Quantas tentativas! e quantas quedas! Entretanto, a dinâmica do crescimento – esvaziamento, iluminação, comunhão – vai fazendo seu caminho invisível e nos encaminha para o êxtase.

Os nossos pós-noviços estão estudando metafísica: discutem a possibilidade do ser e da existência de realidades que superam a materialidade; empreendem vôos rasantes, se aventuram na leitura de autores difíceis de compreender, sonhando ser águias do pensamento. Ao mesmo tempo, no silêncio interrompido pelo canto dos pássaros, na capela, empreendem os vôos espirituais necessários para ter fundamento no exercício da missão que os espera, e que eles também esperam ansiosamente.

Fernando Campelo Gaivota tinha medo mas fez mil tentativas até chegar a experimentar o prazer do vôo livre. Contudo, o grande objetivo dele, ao longo da vida seria a descida em picado até a água e apanhar os peixes para seu sustento. O nosso vôo consiste em subir cada vez mais, numa elevação motivadora do sair de si para dar a vida, “até o último suspiro” em favor da salvação da juventude.

Confesso que muitas vezes sinto vertigens, os medos voltam num “eterno retorno”, fico com inveja daqueles que transitam na pura materialidade, a turma do “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”; muita poeira se grudou nas minhas asas e impede o progresso da ascensão.

Também confesso que vale a pena ter um objetivo elevado na vida: o meu aprendi na escola de Dom Bosco com todos os estímulos à santidade que passam por Domingos Sávio, Magone, Besucco, Mazzarello, Rua, Rinaldi… pelo Sr. Serra, pela Irmã Clara e tantos outros.
Neste dia peço a Deus o dom da paciência e a perseverança para voar.

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