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A Importância dos santos na vida da Igreja e dos cristãos

A IMPORTÂNCIA DOS SANTOS NA VIDA IGREJA E DOS CRISTÃOS


Por ocasião da canonização do Frei Galvão pelo Papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, durante a visita do pontífice ao Brasil, considero oportuno desenvolver uma breve reflexão sobre a importância dos santos na vida da Igreja e dos Cristãos.




Frei Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu em Guaratinguetá. A cidade, que se localiza no estado de São Paulo, teve sua origem em uma pequenina capela erguida em louvor a Santo Antônio, pelos idos de 1630. O povoado que se desenvolveu em torno dessa capela transformou-se, em 1651, na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá que, no correr dos anos, seria palco de importantes acontecimentos em sua vida religiosa.
Como pregador, Frei Galvão sempre demonstrou extraordinário brilho e zelo no anúncio da Palavra de Deus. Por onde andava, pelo interior do Estado e, em especial, pelo Vale do Paraíba, os vigários e os fiéis o aguardavam com ansiedade e disputavam sua presença para ouvirem seus sermões famosos. E Frei Galvão “pregava, confessava, aconselhava, atendia os doentes, deixando por toda a parte a fama de santo”.






Os Santos são aquelas pessoas que, em sua qualidade de membros da Igreja, mediante a prática heróica do amor e das outras virtudes cristãs, abriram-se completamente, através de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, ao chamado de Deus. Eles foram, por isso, reconhecidos por um processo canônico, celebrado pela autoridade oficial da Igreja Católica Romana; e, portanto, são considerados modelos de vida cristã a ser venerados pelos cristãos.



Os santos são luzes que iluminam os aspectos da fé para o seu tempo, lançam sinais, que talvez antes fossem um pouco velados e agora são sentidos como religiosamente necessários por toda a Igreja. Com a sua vida exemplar, a sua coragem, a sua fantasia, o seu coração, o seu empenho e o seu amor concretizam, em tempos de crise, o espírito de seguimento de Cristo Jesus. Homens e mulheres deste porte provêem de todas as classes sociais e de todos os tempos. Ao lado destes coloca-se uma multidão quase anônima de homens e mulheres santos, que no seu tempo foram capazes de transformar o ambiente social no qual viv a partir do testemunho que eles davam de Cristo Ressuscitado. Foram verdadeiramente imitadores de Cristo no seu pequeno mundo.



A disciplina do culto feita pela Igreja, uma santa necessidade de ajuda especial, às vezes ligada a uma pitada de espírito de aventura e de vontade de viajar, fez brotar no seio da Igreja uma grande peregrinação aos lugares santos. Por detrás destas peregrinações existe um desejo profundo de santidade. Mais ainda, um desejo de Deus. É, portanto, nesta ótica, que temos que abordar a questão do culto aos santos no seio da Igreja.



O mandamento Divino incluía a proibição de toda representação de Deus por mão do homem. Deus não pode ser representado por imagem (DT 4,15-16). No entanto, desde o Antigo Testamento, Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à Salvação por meio do Verbo Encarnado, como são: a serpente de Bronze, a Arca da Aliança.



A Igreja está em plena acordo com a Sagrada Escritura quando afirma que devemos adorar somente a Deus. Porém, o culto Cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento, que proíbe os ídolos. De fato, a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original. E quem venera uma imagem venera a pessoa que nela está pintada. A honra prestada às Santas imagens é uma veneração respeitosa e não uma adoração, que só compete a Deus.



O culto aos santos é por isso um louvor a Deus, mesmo que não seja somente a causa exterior, mas também a realidade intrínseca do aperfeiçoamento do homem. E, portanto, o culto aos Santos é alguma coisa que permanece dentro da teologia verdadeira e própria, uma afirmação sobre a história de Deus mesmo, que levando a termo a encarnação do Logos Eterno, comunica-se a si mesmo ao homem e, desta forma, torna os santos participantes da sua própria história (“história de Deus”).



A veneração ao santos se transforma num verdadeiro louvor a Deus na sua própria glória, lá onde Ele se humilhou e onde somente, no êxtase de sua auto-comunicação, quis ser plenamente aquele que é, de eternidade em eternidade, a realidade infinita feliz em si, o amor que se comunica a si mesmo. Trata-se da comunhão dos santos na santidade de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo).



Assim, compreenderemos a veneração dos santos somente a partir do infinitamente elevado, que está acima de toda realidade criada e, portanto, é adorado e glorificado, mas, na pessoa de Jesus Cristo, se fez homem para elevar os homens à santidade de Deus e fez disso um apelo e mandamento: “deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Os santos souberam escutar este apelo e por isso são para nós modelo de fé.



Para refletir:



Protestante: “Os católicos devem saber que a idolatria é um grande pecado, e, portanto, não se pode adorar as imagens”.



Católico: Deus mesmo ordenou a Moisés fazer imagens: “Farás dois querubins de ouro, trabalhados a martelo, nas duas extremidades do propiciatório. Farás, pois, um querubim na extremidade de cá e outro querubim na extremidade de lᔠ(Ex. 25, 18-10). “Para o altar do perfume, (deu-lhe o correspondente) a peso de ouro finíssimo; o mesmo fez quanto ao modelo do carro, dos querubins de ouro que deviam cobrir com as asas abertas a arca da aliança do Senhor” (Crônicas 28,18). Deus mandou levantar uma serpente de bronze para que os judeus olhassem para ela, se por acaso fossem mordidos, e assim seriam curados. A cobra era um sinal da presença de Deus para o seu povo, assim, como a cruz é para o cristão sinal de salvação. Os católicos não adoram as imagens nem as estátuas, mas apenas veneram, o que é bem diferente. É um culto relativo. Se beijamos uma imagem, não é a matéria que beijamos, mas é nossa intenção beijar aquele que a imagem representa. E como não podemos homenageá-lo, porque não vemos, ficamos satisfeitos com o beijar a imagem. Como quando beijo a foto de minha mãe, faço o que faria se ela estivesse presente.



D`Aversa, Miguel. Esclarecimentos. 2° ed., Prelazia de Humaitá – AM, ps. 49-50.



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