Somos verdadeiramente agraciados e felizardos ao vivermos neste " KAIRÓS ", marcado e repleto da presença do Espírito Santo de Deus a conduzir a História e na História, a Igreja do Senhor, a nossa Igreja, a Igreja que somos nós, plena de dons e carismas, valores e virtudes, méritos e deméritos, santidade e fragilidade na sua essência humana-divina, com uma missão primordial histórica ad extra e ad intra: ser substancialmente sacramentum salutis, mater pauperum, ecclesia samaritana, referência do supremo e eterno amor do Pai a toda a humanidade, mãe e mestra, expressão genuína e ícone perfeito da misericórdia infinita do Senhor a toda pessoa humana.
Esta Mãe Igreja vive hoje mergulhada num contexto das mais profundas contradições, paradoxos, ambivalências e ambiguidades, chamuscada pelas incoerências, mazelas e fraquezas de seus filhos e filhas, que são filhos e filhas do seu tempo, com todos os efeitos e consequências que logicamente isso acarreta, num
comprometimento da sua missão e da sua ação pastoral. Todos estamos conscientes, que hodiernamente vivenciamos situações adversas no contexto social, político, econômico, cultural, familiar e religioso (GS), onde nossa Mãe Igreja precisa fazer-se sempre mais presente pelo testemunho de vida e pela prática cristã de seus filhos e filhas, pela ação e a vivência dos valores cristãos, como real prova do seguimento de Jesus Cristo. Eis o " pontus dolens", o maior desafio que esta Mãe solícita enfrenta na sua ação crível ao mundo e na qualidade de Mãe e Mestra.
Congratulo, parabenizo e felicito este momento histórico presente, quando esta Mãe Igreja ciente e cosciente da sua missão divina, nobre e altaneira se posiciona evangelicamente, profeticamente e pastroralmente, buscando, acolhendo, orientando, animando, formando, convivendo com seus filhos e filhas, sendo esta autêntica Discípula e Missionária do Senhor. Vejo o o papel imprescindível desta Mãe Igreja, sempre presente em todas as situações humanas e nos meandros da história, se posicionando em defesa dos pobres , dos sofridos e dos deserdados.
Não podemos esquecer que neste tempo, ocorrem tantas situações " volens et nolens" o ser humano, as situações estão aí presentes na vida do ser humano e independem do seu querer, da sua vontade. Ciente disto a Mãe Igreja dá um sentido e uma interpretação de fé e esperança a tudo o que ocorre, por meio da palavra de Deus.
A V Conferência no Doc. de Aparecida, coloca toda esta presença, o papel e a missão da mãe Igreja na América Latina e no Caribe, seu envolvimento total, sua preocupação materna, sua solicitação e seu esforço para que todos nossos povos se tornem realmente discípulos e missionários do Senhor. Lendo, estudando, refletindo, tentando concretizar, materialiar e levar à praxis as determinações, as orientações que, a V Conferência nos aponta por meio deste Doc. ( que para todos nós é um verdadeiro tratado teológico-pastoral-liturgico, que precisamos conhecer profundamente), vemos também claramente, o esforço de fidelidade da Mãe Igreja aos princípios do Mestre e Senhor Jesus para com seus discípulos.
Após uma releitura deste Doc. no que muito me falam pessoalmente, a ação pastoral da Igreja e seus desdobramentos, suas implicâncias na vida real dos cristãos, o presente e o futuro da paróquia como rede de comunidades, a problemática da família, a real e desafiadora situação da juventude, o mundo vislumbrante, fasciante e sintomático da Comunicação Social, como ubicação onde as pessoas se relacionam e realizam sua natural vocação para a vida humana, nas minhas reflexões e considerações particulares, acredito que a Mãe Igreja focou toda a sua ação pastoral em tres grandes eixos: a família, seu resgate como santuário e primeira educadora para a vida de seus membros, a juventude, seu presente e seu futuro, causa que não podemos perder, pelo contrário precisamos assumí-la radicalmente para se torne fiel discípula e missionária do Senhor e a Comunicação Social como necessidde primeira do ser humano para sua realização e sua vocação natural e por isso mesmo, precisando ser assumida e assimilada em profundidade e com empenho de todos nós.
Espero poder continuar e colocar para os irmãos uma reflexão sobre este terceiro eixo, a Comunicação Social e seus desafios, os anseios e as expectativas que a V Conferência despertou em nós em relação a este assunto tão especial e de uma grande responsabilidade para todos nós. Aliás não é novidade , porque o Vat. II no " Inter Merifica ", realça devidamente e profundamente o que vem a ser a Comunicação social na vida da Igreja e na vida das pessoas. Nossas Constituições ( Arts. 6 e 43 ) e Regulamentos (Arts. 31, 32, 33, 34, 44, 66, 82, 84, 137, 142 ) , colocam para nós salesianos como uma das principais atividades a serem realizadas, na Igreja e no campo juvenil, uma forma de sermos salesianos fiéis a D. Bosco.