Brasília/DF – O Centro Cultural Missionário de Brasília e a Rede Ecumênica Latino Americana de Missiologos e Missiologas promoveram em Brasília, de 25 de fevereiro a 1 de março de 2012, o 2° Simpósio de Missiologia no Brasil. O tema do evento foi: “Teologia para uma missão a partir da América latina hoje”.
Esse segundo simpósio aconteceu 14 anos após o primeiro, realizado em São Paulo de 18 a 22 de maio de 1999, convocado pelo Curso de Pós‐graduação em Missiologia da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, que teve como tema: “Os confins do mundo no meio de nós”.
Esta segunda edição do simpósio foi realizada na sede do Centro Cultural Missionário, com a presença de 40 participantes entre mestres e doutores em missiologia, docentes e teólogos de outras áreas, representantes de instituições e organizações missionárias, assim como agentes de pastoral e animadores missionários interessados em aprofundar os temas da programação, e proporcionou momentos fortes de encontro, reflexão, estudo, partilha e articulação, durante os quais se pensou em dar os primeiros passos para uma associação de missiólogos a nível nacional.
Um dos pontos pertinentes deste simpósio foi o de repensar e relançar com fidelidade e audácia o serviço da missiologia nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais (DAp 11), à luz do Concílio Vaticano II, esclarecendo cada vez mais o objetivo da missão que é a participação de todos, de cada pessoa e da humanidade tomada como corpo na caminhada do reino de Deus.
E para nós salesianos é sempre bom estarmos em sintonia com estas reflexões porque a Animação Missionária foi sempre uma caraterística da nossa Congregação desde o seu nascimento, e sempre apresentou nosso empenho na missão como traço essencial do nosso carisma.
É sempre bom recordar que ser missionário não é privilégio de determinadas pessoas, mas é a essência do ser cristão: “Anunciar o evangelho é necessidade que se me impõe” (I Cor 9,16). É um compromisso de toda a comunidade que vive e transmite a sua fé, “nenhuma comunidade cristã é fiel à sua vocação se não é missionária”.
Ser missionário não é só percorrer grandes distâncias, ir para outros continentes, mas é a difícil viagem de sair de si, ir ao encontro do outro, ir ao encontro do “diferente”, ir ao encontro do marginalizado o preferido de Jesus. O Evangelho “com renovado ardor missionário” exige que a pregação responda aos “novos anseios do povo”. Exige de mim, de você, de todos nós, uma abertura constante, pessoal e comunitária para responder aos desafios de hoje. É a missão de fidelidade ao “envio” de Jesus: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo, 20, 21). Sem entusiasmo e sem esta convicção, arriscaremos perder a alegria do anúncio da Boa-Nova libertadora.
Como consequência deste assumir o compromisso missionário, nasce novo estilo de missões: não levar, mas descobrir. Não só dar, mas receber. Não conquistar, mas partilhar e buscar juntos. Não ser mestre, mas aprendiz da verdade. A missão nos permite criar novos laços, novas relações, um novo jeito de olhar a vida, um novo jeito de ser igreja.
Por Pe. Reginaldo Cordeiro, sdb