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08 de Dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição da Bem Aventurada Virgem Maria.

Maria de Nazaré é uma das três grandes personagens que nos acompanham no tempo de preparação para o Natal do Senhor; e no dia 8 de dezembro a Igreja celebra a Solenidade da sua Imaculada Conceição; trata-se de uma festa que tem sua origem na antiga festa oriental da “Conceição de S. Ana, mãe de Maria”, cuja data dependia da festa ainda mais antiga da natividade de Maria (8 de setembro), que posteriormente recebeu no Ocidente um novo conteúdo a partir do século XI e se impôs definitivamente nos séculos XIV-XV, depois da definição do Dogma da Imaculada Conceição em 8 de dezembro de 1854 do Papa Pio IX , por meio da bula “Ineffabilis Deus”. A bula diz o seguinte:

“Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina, a qual retém que a beatíssima Virgem Maria no primeiro instante da sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, tenha sido preservada imune de qualquer mácula da culpa original, é revelada por Deus e portanto deve ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis”.

Não é momento para fazer um estudo exaustivo do contexto histórico, social, político e eclesial em que emerge a definição dogmática da Imaculada Conceição de Maria, o importante, por agora, é aprofundarmos alguns aspectos relevantes desta festa, a fim de compreendermos seu real significado para a fé cristã.

Embora não haja de forma explícita na Bíblia textos que façam referência a Imaculada Conceição de Maria, a tradição da Igreja foi relendo, à luz da fé em Cristo, algumas passagens da escritura: Gn 3,15 onde a mulher e sua descendência esmagam a cabeça da serpente que simboliza o mal. As figuras bíblicas aplicadas a Maria pelos Padres da Igreja: a arca de Noé (Gn 6,8-, 19), a escada de Jacó (Gn 28, 12), a torre inexpugnável (Ct 4,4), o jardim fechado (Ct 4, 12), a esplêndida cidade de Deus (Jerusalém) que tem seus fundamentos sobre a montanha santa (Sl 87, 1.3), o templo de Deus, cheio de glória do Senhor (1Rs 8, 10-11). Também foram utilizados pelos Padre da Igreja para celebrar Maria os escritos proféticos e outro: “Pomba pura” (Ct 2,10.14; 5,2; 6,9), Jerusalém santa (Sl 87), trono excelso de Deus (Ecol 24, 2), arca santificada (Ex 25, 10; 40, 34-35; 1 Rs 8, 10-11; Ez 43, 1-5), casa que a eterna sabedoria edificou para si própria (Pr 9, 1), e rainha que, repleta de delícias e apoiada em seu amado (Ct 8,5), sai da boca do Altíssimo absolutamente perfeita, bela, amadíssima por Deus e para sempre preservada de mancha de culpa (Eclo 24, 3).

Desta leitura do Antigo Testamento feita pelos antigos padres da Igreja, Maria é apresentada como a “morada de Deus”, o “lugar” puro e receptivo onde Deus pode entrar e permanecer, sem encontrar à sua presença oposição ou resistência. Eis um aspecto que ilumina a festa da Imaculada; a abertura total a Deus! Que lugar ocupa, de fato, Deus em nossa vida?

Dois textos se destacam no Novo Testamento: a sudação do anjo (Lc 1,28: “cheia de graça”) e a bênção de Isabel (Lc 1, 42: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre”). Maria aparece como aquela , entre todas as criaturas de Deus, que mais se aproxima e que se encontra com o próprio Deus. É o milagre de Deus por excelência, a criação chega à sua plenitude, bendita, bem-aventurada, cheia de graça.

Além dos textos citados, pode servi-nos de horizonte na compreensão do dogma os seguintes textos:
“…, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor”. (Ef 1,4)
“Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia … , eu te consagrei …”( Jr 1,5)
“Desde o seio materno, o Senhor me chamou” (Is 49, 1: o cântico do Servo)
“O triunfo da graça, em Jesus Cristo, em comparação a Adão” (Rm 5)
Todos estes textos nos querem lembrar que Deus toma a iniciativa de nos amar; e a maior prova do seu amor por nós foi manifestada no envio do seu Filho ao mundo; fato este, do qual Maria de Nazaré desempenha um papel fundamental, visto que o Filho de Deus vem a nosso encontro encarnado em nossa humanidade, humano como nós, exceto no pecado (Hb 4, 15), e nascido de mulher como nós nascemos (Gl4,4).
A declaração de que Maria é isenta do pecado original, isto é, sua Concepção Imaculada, deve ser contemplada dentro do grande horizonte histórico da salvação de Deus realizada em Jesus de Nazaré o Cristo de Deus; por isso, versa claramente a bula do Papa Pio IX, que em Maria acontece tudo isto por iniciativa de Deus Pai: “por singular graça e privilégio de Deus onipotente e em vista dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, tenha sido preservada imune de qualquer mácula da culpa original,”.

A Solenidade da Imaculada nos lembra ainda que a vitória sobre o mal (pecado) é concreta e real; e que os frutos dessa vitória é a comunhão com Deus e com os irmãos. O anúncio da vitória definitiva da misericórdia no mundo e no coração humano, que se abre para a graça de Deus, é o estímulo nas lutas cotidianas contra toda forma de maldade, desigualdade, injustiças e corrupções. Isto também é sinal de esperança para a humanidade, imersa em um mundo de mentiras, falsidades, ilusões, ganâncias, e que se esquece continuamente do amor de Deus revelado em Jesus de Nazaré, e consequentemente envereda-se por caminhos que evitam o encontro com os irmãos e principalmente, com os mais necessitados.

Do ponto de vista salesiano a festa da Imaculada tem um valor peculiar na obra de Dom Bosco, pois foi neste dia que o Padre que amou os jovens e neles acreditou, se encontrou com um jovem chamado Bartolomeu Garelli em Turím, Itália (1841), encontro este que deu início ao Oratório Festivo, ou seja, reunião de jovens nos dias festivos.

Referências Biográficas

1.GEBARA, Ivone; GINGEMER L. Clara Maria. Maria, Mãe de Deus e Mãe dos Pobres. Um ensaio a partir da mulher e da América Latina. Petrópolis: Vozes, 1994. p.126 – 127.
2.AA.VV. Manual de Dogmática Vol. II. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2002. p. 143-169.
3.MURAD Afonso. Maria, toda de Deus e tão humana.São Paulo: Edições Paulinas, 2004. p. 119-126.
4.FERLAY Philippe. Maria, madre de los hombres. Orar a Maria em la Iglesia. Santander: Sal Terrae, 1987. p.39-46.
5.AA.VV. O culto a Maria hoje.São Paulo: Edições Paulinas, 1983. p. 115-131.
6.BOOF Clodovis M. Mariologia social. O significado da Virgem para a Socieadade. São Paulo: Paulus, 2006. p.493-504.

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