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SEMANA DOS POVOS INDÍGENAS EM MATURACÁ/AM

A comunidade educativa da Escola Indígena Imaculada Conceição de Maturacá/AM, realizou no dia 20 de abril a festa de encerramento da Semana dos Povos Originários. As comemorações que iniciaram na segunda-feira (15), se prolongaram por toda a semana com palestras, ações de saúde, atividades de escrita e pintura sobre cultura indígena.

Para culminância da programação, os professores decidiram teatralizar o tradicional REAHUMOU, como faziam os antigos Xaponos. “A festa do Reahu é a nossa mais importante festa. Nela está sintetizada a cultura Yanomami e o modo de convivência comunitária, como os antigos viviam”, comentou o prof. Rogério Lins.

As tarefas preparatórias da festa foram divididas entre todas as turmas da escola desde o 4° ano do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio, com a assessoria dos educadores. Cada qual, segundo sua idade e tamanho foi incumbido de responsabilidades e temáticas para aprendizagem:

Wãyamou – comunicação entre os patas no xapono;

Nohi-rëayou – rituais de cura pelos pajés;

Pruka iyai – partilha comunitária de alimentos

Reahumou – realização da festa da banana;

Himou – solicitação de bananas;

Heniomou – caça coletiva para o reahu (moqueação)

Hamamou – mensageiros entre os xaponos, visitantes;

Xoayou – visita de outros xaponos;

Na véspera do evento, alunos e professores recolheram folhas de palmeiras, paus, cipós e construíram pequenos tapiris representando um xapono tradicional com as divisões próprias da época e os personagens de cada grupo: prowë-prowë; patayoma, ihiru, moko-moko, huya-huya.

O teatro desenrolou-se no pátio da missão salesiana sob o olhar atento das lideranças: caciques, tuxauas, hekuras, lideranças comunitárias; além de convidados das instituições locais: gestores das escolas municipais, agentes de saúde, associações e toda a aldeia.

Na parte de trás do xapono, os alunos representaram cenas da vida atual dos yanomami, já com a presença das instituições que atuam na localidade: militares, professores, agentes de saúde, missionários, comerciantes… “O Yanomami vivia de um jeito antes do contato como os napë[1], hoje vivemos de outros modos. Tem outras pessoas que colaboram com a aldeia. Algumas coisas são boas e outras não são boas como o álcool. Achamos importante refletir sobre esses dois lados”, afirmou o professor, prof°. Vilmar Matos.

A representação do Reahu tradicional durou cerca de 3 horas, sem interrupção. O público presente manifestava sua aprovação com risos, aplausos e comentários na língua indígena – “Inaha Kë”, é assim mesmo!

No final, foi servido um lanche aos presentes, como forma de recordar a partilha dos alimentos da moqueação (Pruka iyai), onde cada família recebia parte das caças moqueadas e frutas coletadas durante o período preparatório da festa.

P. José Ivanildo de O. MeloMissionário salesiano


[1] É comumente traduzida por “branco, mas na realidade designa toda pessoa não indígena.

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